Central Fotovoltaica de Caraculo começa a produzir 25 megawatts
Parceria entre a Sonangol e a italiana ENI deve fornecer à Huíla e Namibe 50 megawatts após a conclusão da segunda fase
O presidente do Conselhode Administração da empresa Solenova Limited, Germano Sacavumbi, garantiu ontem, em Luanda, a existência de condições administrativas, técnicas e financeiras para a implementação da primeira fase do projecto de produção de energia eléctrica fotovoltaica em Caraculo, província do Namibe, orçado em 42 milhões de dólares, e a sua entrada em funcionamento no primeiro trimestre de 2023, produzindo 25 megawatts.
Germano Cacavumbi, que falava aos órgãos de comunicação durante uma conferência de imprensa realizada na sede da petrolífera nacional, recordou que o projecto Caraculo, desenvolvido pelo consórcio Solenova e que resulta de uma “joint venture” entre a Sonangol e a italiana ENI, será implementado em duas fases distintas e, como meta, deve atingir 50 megawatts até a fase conclusiva.
Projectado para um período de vida útil de mais de 25 anos, a Central Fotovoltaica de Caraculo permitirá ao Estado poupar de cerca de 28 milhões de dólares, além de proporcionar condições elementares para o desenvolvimento da região Sul, em virtude dos benefícios que a distribuição regular de energia trará, para
PCA da Solenova destaca a redução no consumo de gasóleo pelas centrais térmicas com o projecto fotovoltaico
melhorar a qualidade de vida dos agregados familiares, o ambiente de negócios e a empregabilidade.
Do ponto de vista ambiental, o PCA da Solenova destacou a redução no consumo de gasóleo pelas centrais térmicas, numa altura em que a província do Namibe é sustentada, até agora, por essas fontes alternativas, para fornecimento de energia. “Olhando para esse aspecto, teremos um impacto positivo de grande dimensão, pois, estaremos a reduzir a emissão de gases
que concorrem para o conhecido fenómeno efeito estufa sobre a atmosfera, mais concretamente a emissão de dióxido de carbono”, disse.
Segundo Germano Sacavumbi, o projecto Caraculo está alinhado com o Plano de Desenvolvimento Nacional 2018-2022, referente ao sector da Energia, com vista ao aumento da capacidade instalada, de 500 megawats na primeira fase, e elevar o índice de produção para 800 megawatts, na etapa final, tendo em conta a necessidade cres
cente de electricidade em função das projecções de crescimento demográfico e da maior dinâmica da actividade económica.
“O Caraculo dará um contributo às metas definidas pelo Governo, no sentido de satisfazer as necessidades energéticas do país, tendo como resultados principais, numa primeira fase e de imediato, a produção de energia eléctrica, na medida em que a nossa matriz energética é composta por cerca de 60 por cento de fonte hídrica e 40 por cento de fonte termo eléctrica”, frisou.
Com a entrada em funcionamento desse projecto de energias renováveis, o país terá uma matriz energética diversificada, permitindo alavancar os interesses que a Sonangol e os seus parceiros se propuseram materializar no contexto do processo de transição energética a nível global.
“Lançamos a primeira pedra de Caraculo, precisamente a 20 de Maio, com previsão de conclusão para finais do ano em curso, o que significa dizer que, no início de 2023, entrará para a fase operacional, fornecendo energia adicional para a região Sul”, esclareceu.
A energia a produzir será injectada na Rede de Transmissão Sul, que conta com uma linha situada a escassos metros do local onde está a ser desenvolvido o projecto, para ser entregue à Rede Nacional de Transporte (RNT).
Germano Sacavumbi acredita que os 42 milhões de dólares, investidos a meias pela Sonangol e Eni, podem ter retorno dentro de 10 anos, ao mesmo tempo que assegura que outros projectos de energias renováveis venham a ser implantados em diferentes pontos do país, de forma a reforçar outros projectos levados a cabo pelo Ministério da Energia e Águas.
“A energia, a água e a mãode-obra são os principais factores de produção, pois, a sua disponibilidade será fundamental, para atrair empregabilidade por via da implantação de empresas com interesse de investir na região Sul, particularmente, no Namibe e Huíla, que serão as mais beneficiadas”, avançou.
O responsável está certo de que a Central Fotovoltaica de Caraculo vai criar sustentabilidade económica, não só para o Sul, mas para o país, uma vez que, a introdução desta quantidade de energia no sector, maior segurança haverá para as empresas desenvolverem actividades sem constrangimentos.
“Se um dos maiores constrangimentos que as empresas têm tido em investir é a limitação de energia, este projecto vem dar maior subsídio e confiança aos investidores, com reflexos no surgimento de postos de trabalho indirectos nos diversos sectores, cuja actividade implica o consumo de considerável quantidade de energia”, sustentou.
“Estamos certos que vamos alterar a matriz do fornecimento de energia, não só no Sul do país, mas em todo o território nacional, já que parte da energia produzida deverá ser introduzida na rede nacional e contribuir para fornecer outras províncias onde haja necessidade”, concluiu.