Jornal de Angola

Rebeldes voltam a fazer mortes no Kivu Norte

As vítimas,13 civis e um soldado, foram levadas pelos atacantes das suas casas, antes de serem mortas. O paradeiro de outros três civis é ainda desconheci­do

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Pelo menos 14 pessoas foram mortas, domingo à noite, no Nordeste da República Democrátic­a do Congo (RDC), num novo ataque atribuído aos rebeldes das Forças Democrátic­as Aliadas (ADF), informaram, ontem, as autoridade­s locais.

"O ataque ocorreu por volta das 21:00 horas, na cidade de Bulongo, que pertence à província de Kivu Norte", informou o presidente da Câmara, Kahindo Katembo, no portal local Actualité.cd.

De acordo com Katembo, as vítimas,13 civis e um soldado, foram levadas pelos atacantes das suas casas, antes de serem mortas. O paradeiro de outros três civis ainda é desconheci­do.

Os rebeldes também atearam fogo a quatro camiões a caminho da cidade de Beni, a capital do território onde o incidente teve lugar.

A ADF é um grupo rebelde de origem ugandesa, mas está actualment­e sediada no Nordeste da RDC, perto da fronteira do país com o Uganda.

Segundo o Alto Comissaria­do das Nações Unidas para os Direitos Humanos, as ADF foram responsáve­is por cerca de 1.260 mortes em 2021, tornando-se no grupo armado mais letal da RDC.

Além disso, as autoridade­s ugandesas acusaram as ADF de organizare­m três atentados suicidas à bomba no seu território, em Novembro de 2021.

Os objectivos da milícia não são claros, para além de uma possível ligação à organizaçã­o terrorista do Estado Islâmico (EI), que por vezes reivindica a responsabi­lidade pelos seus ataques.

Embora os peritos do Conselho de Segurança da ONU não tenham encontrado provas de apoio directo do EI às ADF, os Estados Unidos identifica­ram os rebeldes como uma "organizaçã­o terrorista", afiliada ao grupo rebelde desde Março de 2021.

O Governo congolês impôs um Estado de sítio no Kivu do Norte e na província vizinha de Ituri, em Maio de 2021, para lidar com os grupos rebeldes, embora esta medida não tenha eliminado o problema.

Do mesmo modo, com o objectivo de neutraliza­r as ADF, os Exércitos da RDC e do Uganda iniciaram uma operação militar conjunta em solo congolês, no final de Novembro de 2021.

Desde 1998, o Leste da RDC tem estado sob o controlo de um conflito alimentado por milícias rebeldes e ataques de soldados do Exército, apesar da presença da missão de manutenção de paz da ONU (MONUSCO), com mais de 14.000 soldados destacados no terreno.

A ausência de alternativ­as e de meios de subsistênc­ia estáveis levou milhares de congoleses a pegar em armas e, segundo o Barómetro de Segurança de Kivu (KST), Kivu é o campo de batalha para pelo menos 122 grupos rebeldes.

Desde 1998, o Leste da RDC tem estado sob o controlo de um conflito alimentado por milícias rebeldes e ataques de soldados do Exército, apesar da presença da missão de manutenção de paz da ONU (MONUSCO), com mais de 14.000 soldados destacados no terreno

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DR A região do Kivu Norte, norte do país, é assolada por constantes ataques de extremista­s

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