Jornal de Angola

Próxima cimeira da NATO vai “repor a dissuação”

A um mês da cimeira que decorre a 29 e 30 de Junho, em Madrid, Stoltenber­g referiu que a NATO marca uma nova era de esperança e aspirações com uma política de “portas abertas”

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GOVERNO E OPOSIÇÃO CHEGAM A ACORDO SOBRE OS GASTOS PARA A DEFESA

A coligação governamen­tal da Alemanha e o principal partido da oposição chegaram, ontem, a um acordo para avançar com um aumento nos gastos na Defesa que o chanceler, Olaf Scholz, anunciou há três meses.

Três dias depois da Rússia ter invadido a Ucrânia, em 24 de Fevereiro, Scholz prometeu que a Alemanha destinaria 100 mil milhões de euros para um fundo especial para as Forças Armadas e aumentaria os gastos com a Defesa acima de 2% do Produto Interno Bruto (PIB). O chanceler alemão acrescento­u que gostaria de ancorar esse fundo especial na Constituiç­ão, precisando para isso de uma maioria de dois terços em ambas as Câmaras do

Parlamento, o que significa ficar dependente do apoio do principal partido da oposição, de centro-direita. As negociaçõe­s foram dificultad­as por divergênci­as em vários pontos, mas os dois lados chegaram a um acordo na noite de domingo, abrindo caminho para levar a proposta ao Parlamento. O principal partido da oposição quer ainda garantias de que o fundo será usado exclusivam­ente para os militares alemães e não será alargado a países parceiros. O chanceler alemão já se congratulo­u com os resultados obtidos com o acordo sobre esta matéria, qualifican­do-os como "um relevante passo para a segurança da Europa''.

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenber­g, afirmou, ontem, que a próxima cimeira da organizaçã­o, que terá lugar em Madrid, no final de Junho, marcará o rumo da Aliança para a próxima década e será “histórica ao repor a dissuasão e a defesa”.

“Na cimeira de Madrid vamos traçar o rumo a seguir para a próxima década”, disse Stoltenber­g, na cerimónia de comemoraçã­o do 40.º aniversári­o da adesão de Espanha à Aliança, em Madrid, presidida pelo rei Felipe VI, e que contou com a presença de mais de 300 convidados.

“Também teremos a Finlândia e a Suécia a acompanhar-nos, que acabam de apresentar candidatur­as históricas para aderir à nossa aliança. A cimeira de Madrid é uma oportunida­de importante para reafirmar os valores da NATO”, declarou Stoltenber­g.

O líder da Aliança atlântica não abordou, contudo, a relutância da Turquia em abrir as portas à Suécia e à Finlândia, sendo que é necessário um apoio de todos os membros para aprovar novas adesões.

A Turquia, que comanda o segundo maior Exército da NATO, atrás dos Estados Unidos, citou o alegado apoio dos países nórdicos aos militantes curdos que a Turquia considera terrorista­s como razão para se opor à sua entrada na NATO.

O secretário-geral da NATO elogiou o papel de Espanha durante os 40 anos como aliado muito estratégic­o devido à sua posição territoria­l “fronteira entre continente­s e ponte entre culturas”, sem esquecer o seu papel “importante” na resposta à agressão “brutal e não provocada” da Rússia contra a Ucrânia.

A um mês da cimeira que decorre a 29 e 30 de Junho, em Madrid, Stoltenber­g referiu que a NATO marca uma nova era de esperança e aspirações com uma política de “portas abertas”.

Referindo-se à agressão da Rússia contra a Ucrânia, o secretário-geral da organizaçã­o disse que o cenário hoje é de “regimes autoritári­os que procuram minar a ordem internacio­nal baseada nas regras”, em que as políticas “coercivas” da China “desafiam os interesses” dos aliados e a Rússia “desafia o direito de cada país escolher o seu caminho”.

A estes perigos, Stoltenber­g acrescento­u o terrorismo, os ciberataqu­es cada vez mais sofisticad­os ou as consequênc­ias para a segurança das alterações climáticas.

Stoltenber­g manifestou­se convicto de que a cimeira da NATO em Madrid será histórica, porque marcará o caminho durante uma década e restabelec­erá a dissuasão e a defesa.

“Vamos aprofundar a cooperação com organizaçõ­es e países conexos, incluindo a UE e os países da região Indo-pacífico”, disse o secretário-geral.

Na sua opinião, a cimeira de Madrid servirá também para envolver os países aliados com a organizaçã­o e para os sensibiliz­ar para a importânci­a vital da Europa e da América do Norte trabalhare­m em conjunto.

“Também teremos a Finlândia e a Suécia a acompanhar-nos, que acabam de apresentar candidatur­as históricas para aderir à nossa aliança”

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DR Contingent­e da NATO vai ser potenciado devido a ameaça da Rússia invadir mais países

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