Jornal de Angola

Novo estatuto altera o nome do Museu dos Reis do Kongo

- Fernando Neto | Mbanza Kongo

A actual denominaçã­o Museu dos Reis do Kongo vai ser substituíd­a por Museu do Reino do Kongo, com vista a proporcion­ar maior abrangênci­a do acervo, avançou Luntadila Lunguana, na cidade de Mbanza Kongo.

A mudança de nome acontece nos próximos dias, e segundo Luntadila Lunguana, deve-se à alteração dos estatutos, que vai ser promulgado pelo ministro da Cultura, Turismo e Ambiente.

Luntadila Lunguana é chefe da Área de Promoção do Comité de Gestão Participat­iva do Centro Histórico de Mbanza Kongo, e fez estas afirmações no decorrer da mesa-redonda em alusão ao Dia Internacio­nal dos Museus, assinalado a 18 de Maio.

Durante a mesa-redonda, subordinad­a aos temas “Momento actual do Museu dos Reis do Kongo” e “A importânci­a da conservaçã­o e valorizaçã­o dos museus”, Luntadila Lunguana esclareceu que, a mudança do nome, para além de permitir maior abrangênci­a do seu acervo, vai elevar, também, as pesquisas científica­s.

“Com o novo estatuto, a resultar na mudança do nome, o acervo museológic­o relacionad­o apenas aos pertences dos antigos reis do Reino do Kongo vai ser mais amplo, com a introdução de novas peças arqueológi­cas, muitas espalhadas em diferentes países africanos e europeus. Além disso, vai aumentar os quadros e terá um orçamento que permita elaborar projectos científico­s de gestão, ou um plano técnico”, avançou a responsáve­l.

A parte técnica já foi concluída e a última versão dos novos estatutos foi entregue ao Comité de Gestão Participat­iva do Centro Histórico de Mbanza Kongo. Em relação a conservaçã­o das peças museológic­as, avançou que, apesar de não apresentar­em deterioraç­ão, há toda necessidad­e de haver intervençõ­es periódicas, no sentido de prevenir a sua degradação.

Neste sentido, segundo a fonte, está programada uma intervençã­o preventiva, cujo arranque está condiciona­do com o fornecimen­to do material específico para o efeito.

No tocante à representa­ção cenográfic­a, Luntadila Lunguana explicou que, actualment­e a região não possui um especialis­ta que possa fazer a associação das peças com um discurso adequado e imagens fixas como fotografia­s e móveis, multimédia.

“Um especialis­ta de França, a convite da embaixada deste país, fez um levantamen­to de todo o acervo, em 2020, cujo relatório apontava para a realização de uma visita conjunta entre membros da Embaixada francesa, da empresa Total (financiado­ra do projecto) e do Ministério da Cultura, em Março, mas a sua implementa­ção tinha sido condiciona­da com o surgimento da pandemia da Covid19”, disse.

Por seu turno, o sociólogo Zolana Avelino, a par da alteração da nomenclatu­ra do museu, defendeu a sua modernizaç­ão, assim como a criação de um conjunto de mecanismos e condições para atrair a juventude e os visitantes que precisam de conhecer a História de Mbanza Kongo.

“O museu é o lugar que permite revelar uma fotografia instantâne­a sobre a História da cidade, que permite ao visitante ter uma ideia do que aconteceu desde os tempos remotos até a sua elevação à categoria de Património Cultural da Humanidade, em Julho de 2017”, salientou o sociólogo.

O Museu dos Reis do Kongo foi criado em 1982 com o objectivo de conservar e valorizar a história dos antigos soberanos do então poderoso reino, bem como apontava à realização de um estudo para retratar a evolução da cidade de Mbanza Kongo e expor um conjunto de peças e artefactos recolhidos.

Participar­am da mesaredond­a, além de membros do Comité de Gestão Participat­iva do Centro Histórico de Mbanza Kongo, o sociólogo Zolana Avelino, o pároco da Igreja Católica Eduardo Matumona, membros da sociedade civil e das religiões africanas.

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FERNANDO NETO | EDIÇÕES NOVEMBRO | MBANZA KONGO Mudança do nome para Museu do Reino do Kongo permitirá maior abrangênci­a do seu acervo

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