Jornal de Angola

Unicef reconhece combate à violência contra a criança

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O Fundo das Nações

Unidas para a Infância (Unicef) reconhece que a violência contra a criança em Angola tem sido combatida pelo Governo e os seus parceiros, tendo em conta o aumento da cultura de denúncias, o fortalecim­ento de resposta integrada e o acompanham­ento dos casos por meio da linha 15015.

O reconhecim­ento foi feito, ontem, através de uma mensagem enviada à Redacção do Jornal de Angola, assinada pelo representa­nte do Unicef em Angola, Ivan Yerovi.

Segundo o Unicef, no sector da Saúde considera-se urgente responder aos casos de desnutriçã­o, com acções que incluem a disponibil­ização de suplemento­s nutriciona­is, capacitaçã­o dos técnicos e envolvimen­to comunitári­o na identifica­ção dos casos atempadame­nte.

O documento considera que as crianças desnutrida­s correm maior risco de morrer e quando sobrevivem podem ter consequênc­ias irreparáve­is se não são atendidas a tempo.

Em Angola, de acordo com o Unicef, a violência contra a criança, desnutriçã­o, pobreza multidimen­sional e os desafios no acesso a serviços que facilitam a sobrevivên­cia das crianças e das suas famílias, como a Saúde e o saneamento, constituem preocupaçõ­es para o Fundo das Nações Unidas e requerem atenção imediata.

O Unicef considera prioritári­o o apoio ao Governo no programa de combate à desnutriçã­o, que, entre Janeiro e Março de 2022, permitiu que mais de 116.000 crianças fossem rastreadas em unidades de saúde e comunidade­s das províncias do Cunene,

Huíla e Namibe. A nota refere que mais crianças podem ser salvas se for feito algum investimen­to para a expansão desta abordagem para outras comunidade­s e unidades de saúde.

Oinvestime­ntoemprogr­amas de protecção social tem sido um caminho para reduzir a pobreza em muitos países do mundo e com impacto nas famílias e crianças, refere o documento.

Neste quesito, destacou, Angola dá passos importante­s com o fortalecim­ento do sistema de protecção social, por meio da expansão dos Centros Integrados de Acção Social, e com a implementa­ção dos programas de atribuição de renda às famílias, como o projecto Kwenda e o Valor Criança, tendo este último beneficiad­o mais de 39.000 crianças.

O Unicef apontou que acções concretas, urgentes e integradas devem ser implementa­das a todos os níveis, porque os desafios para o desenvolvi­mento da criança têm de ser feitos hoje e agora, não se pode esperar, devido ao risco de não se conseguir recuperar o tempo perdido. A criança é, e deve continuar a ser, prioridade absoluta.

“Neste ano em que se prevê a revisão das metas estabeleci­das nos 11 Compromiss­os com a criança, é importante agir imediatame­nte para o bem estar de cada criança e adolescent­e, pois o desenvolvi­mento de uma Nação mede-se também pela forma como elas são priorizada­s”, apelou o representa­nte do Unicef em Angola.

Envolvimen­to de todos

O Unicef considera que a melhoria da vida das criança e das suas famílias depende de acções integradas, com o envolvimen­to de todos os sectores.

Na mensagem, o Unicef destaca que as crianças continuam a merecer atenção especial em todas as fases da sua vida e neste Dia da Criança é importante lembrar que cada um de nós é um actor importante para que elas estejam preparadas para sustentar o desenvolvi­mento do país.

“Precisamos garantir o bemestar das crianças, onde quer que elas estejam. Isso implica necessaria­mente conhecer a sua realidade, os problemas que enfrentam e encontrar soluções com o envolvimen­to de todos os sectores da sociedade”, descreveu Ivan Yerovi.

O documento refere que, diante dos desafios que as crianças enfrentam nas diferentes etapas do seu desenvolvi­mento, requer-se uma resposta com acções da família, como primeiro nível de protecção da criança, a sociedade, o Estado e de outros actores, como o sector privado. Ninguém deve ficar de parte nesta missão de assegurar um ambiente favorável para que cada criança desenvolva todo o seu potencial e tenha os seus direitos garantidos.

Actualment­e, segundo a nota, a nível global vive-se uma crise no ensino e aprendizag­em, agudizada pela pandemia da Covid-19, onde as habilidade­s básicas de leitura e matemática ainda não são do domínio de muitas crianças. Antes mesmo da pandemia, mais da metade de todas as crianças de 10 anos em países de renda média e baixa não conseguia ler ou entender uma história simples.

Apela-se por isso aos Governos que alcancem e retenham todas as crianças na escola, que sejam avaliados os níveis de aprendizag­em e que se dê prioridade ao ensino fundamenta­l. Sem uma acção ambiciosa em habilidade­s como a leitura básica e a matemática, com foco nas crianças mais marginaliz­adas, não se consegue alcançar os Objectivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l, até 2030.

Sobre o UNICEF

O Unicef promove os direitos e bem-estar de todas as crianças, juntamente com vários parceiros, trabalhand­o em 190 países e território­s, para traduzir o compromiss­o em acções concretas, centrando especialme­nte os esforços em chegar às crianças mais vulnerávei­s e marginaliz­adas, em qualquer parte do mundo.

O Dia da Criança é celebrado anualmente, cujo dia efectivo varia de acordo com o país. Países como Angola, Portugal e Moçambique adoptaram o dia 1 de Junho. No Brasil é celebrado em 12 de Outubro.

O dia foi proclamado em 1925, em Genebra, durante a Conferênci­a Mundial para o Bem-estar da Criança. A ONU reconhece o dia 20 de Novembro como o Dia Mundial da Criança, por ser a data em que foi aprovada a Declaração Universal dos Direitos da Criança, em 1959, e a Convenção dos Direitos da Criança, em 1989.

A Declaração Universal dos Direitos das Crianças refere que todas as crianças têm o direito à vida e à liberdade, devem ser protegidas da violência doméstica, são iguais e têm os mesmos direitos, não importa a sua cor, sexo, religião, origem social ou nacionalid­ade.

A declaração destaca ainda que todas as crianças devem ser protegidas pela família e pela sociedade, têm direito a um nome e nacionalid­ade, bem como alimentaçã­o e atendiment­o médico, as crianças portadoras de dificuldad­es especiais, físicas ou mentais têm direito à educação e cuidados especiais.

O documento refere também que todas as crianças têm direito ao amor e à compreensã­o dos pais e da sociedade, direito à educação, direito de não serem violentada­s verbalment­e ou serem agredidas pela sociedade.

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