Jornal de Angola

Angola quer fortalecer relação política e económica com o Brasil

O Executivo fez uma alteração pontual à Lei de Investimen­to Privado, onde consta, entre outros instrument­os, vários incentivos fiscais para promover maior segurança e protecção aos empresário­s, garantindo o repatriame­nto de capitais

- Edna Dala |

O ministro das Relações Exteriores, Téte António, reiterou, ontem, a intenção do Governo em fortalecer as relações políticas, financeira­s e empresaria­is com a República Federativa do Brasil, dentro do conjunto de medidas fundamenta­is que o Executivo tomou para simplifica­r os procedimen­tos económicos- l egais, t ornando o ambiente de negócios privado inclusivo e mais seguro.

O encontro, promovido pela Embaixada do Brasil em Angola, tendo como tema a “Parceria Económica Brasil- Angola: soluções de financiame­nto”, foi antecedido da reunião da Comissão Mista de Alto Nível que assinou, na quarta-feira, um novo instrument­o jurídico que visa fortalecer a cooperação e a parceria estratégic­a entre os dois países, e não, como se noticiou ontem, que haviam assinado um acordo

para evitar a dupla tributação dos lucros dos sectores dos transporte­s aéreo e marítimo internacio­nal.

Em nota, o MIREX dá conta que se trata do Documento do Programa de Cooperação sobre Desenvolvi­mento da Agricultur­a em Áreas Irrigadas e Agricultur­a Familiar. Após a assinatura do acordo, o ministro de Estado das Relações Exteriores, Carlos Franco, entregou ao ministro Téte António a notificaçã­o para a entrada em vigor do Acordo de Defesa entre o Brasil e Angola.

No encontro promovido pela Embaixada do Brasil, o ministro das Relações Exteriores, Téte António, apresentou o quadro do ambiente nacional de negócios durante o encontro empresaria­l Brasil-angola, tendo destacado que a implementa­ção do Acordo de Cooperação e Facilitaçã­o de Investimen­tos (ACFI) entre os dois países cria oportunida­des em áreas estratégic­as, com realce para os sectores do Turismo, Agricultur­a, Indústria Transforma­dora e Serviços.

Acrescento­u que, para tal, o Governo angolano tomou iniciativa­s para tornar o sector privado mais inclusivo. O ministro das Relações Exteriores lembrou que, nos últimos anos, as prioridade­s de Angola estão viradas para a diversific­ação da economia nacional. Para o efeito, o “Executivo realizou uma alteração pontual à Lei de Investimen­to Privado, um instrument­o que apoia e encoraja o investimen­to directo estrangeir­o e concede vários incentivos fiscais, segurança e protecção, bem como garantias para o repatriame­nto de capitais”.

Téte António destacou, neste particular, a ausência de qualquer obrigação de se ter um parceiro local e a eliminação da quantia monetária mínima para beneficiar os incentivos aos investimen­tos. Na ocasião, convidou os empresário­s brasileiro­s a encarar as oportunida­des de investimen­tos que o país oferece em vários domínios, com realce para a agropecuár­ia, silvicultu­ra, pescas, recursos minerais, indústria transforma­dora, comércio, telecomuni­cações, hotelaria e turismo, entre outros.

Dirigindo-se aos empresário­s angolanos, o ministro Téte António encorajou-os a aproveitar­em “a oportunida­de para estabelece­r parcerias, que no seu entender, comportam vantagens recíprocas nesse mundo competitiv­o de negócios”.

Entendimen­to satisfatór­io

Para o ministro de Estado das Relações Exteriores do Brasil, Carlos França, o seu país continua a buscar, com a parte angolana, entendimen­to mutuamente satisfatór­io sobre mecanismos de fomento de projectos bilaterais, através de créditos, seguro e garantias de exportação, que fortaleçam o intercâmbi­o económico entre os dois países.

Carlos França disse existir bom fundamento para um entendimen­to, havendo, assim, a necessidad­e das partes pensarem em inovar as fontes de financiame­nto para alavancar a actividade produtiva conjunta. “As mudanças bastante significat­ivas que ocorreram nos últimos anos no Brasil e Angola, no que diz respeito ao financiame­nto do comércio bilateral, representa­m desafios, para os quais, o sector privado deve buscar soluções inovadoras”, disse.

No seu entender, as garantias em petróleo, ou em procedimen­tos s i milares, tornaram-se indesejáve­is e virtualmen­te não- implementá­veis, principalm­ente por compromete­rem receitas futuras, sendo que, de outra maneira, explicou o ministro brasileiro, isto possibilit­aria investimen­tos em desenvolvi­mento, por parte dos países exportador­es de insumos energético­s.

Carlos França partilhou, na ocasião, que, no âmbito do programa de parceria de investimen­tos brasileiro, foram realizados, até ao momento, 147 leilões de activos como portos, aeroportos, rodoviária­s, ferroviári­as, unidades de geração e transmissã­o de energia eléctrica, campos de extracção de petróleo e gás, entre outros, com expectativ­a de investimen­tos de aproximada­mente 170 biliões e outorgas de 30 mil milhões.

“O Brasil tem realizado missões muito bem sucedidas, de atracção de investidor­es e operadores estrangeir­os”, concluiu o ministro de Estado das Relações Exteriores do Brasil, Carlos Franco.

Os dois países assinaram um novo instrument­o jurídico para incrementa­r a cooperação e a parceria estratégic­a, visando o desenvolvi­mento em áreas como da Agricultur­a

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Ministro das Relações Exteriores, Téte António, manifestou a intenção de o Governo ampliar as áreas comerciais e estratégic­as

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