Transição energética domina as discussões
Reunião encerra hoje, depois de um debate capaz de acelerar as opções ambientalistas do Governo
O 7º Conselho Consultivo do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás encerra, hoje, em Benguela, onde se realizava desde ontem, com discussões influenciadas pelo tema da transição energética que podem acelerar as decisões institucionais nesse domínio, de acordo com informações obtidas pelo Jornaldeangola no local.
Enquanto o secretário de Estado para os Petróleos, José Barroso, descreveu, ao discursar na abertra do encontro, a entrada da Sonangol na produção de energia fotovoltaica e de outras fontes limpas, o consultor do Centro de Estudos da Universidade Católica de Angola, José Oliveira, defendeu como exequível a meta estabelecida pelo país de atingir os 75 por cento de energias limpas até 2027.
José Barroso refaria-se à parceria entre a Sonangol e a italiana ENI para edificar uma central fotovoltaica de 50 megawatts (MW) em Caraculo, Namibe, para servir parcialmente esta e a província da Huíla.
Uma parceria dessa mesma natureza está constituída entre a Sonangol, a francesa Totaleren e a Greentech Angola, para construir a Central Solar Fotovoltaica da Quilemba, no Lubango, com capacidade para gerar 35 MW.
Por seu turno, José de Oliveira lembrou que Angola já tem níveis satisfatórios de produção de energias renováveis, devido aos investimentos feitos pelo Executivo com a construção de unidades potentes de produção hídrica.
Com as hidroelétricas na região Kwanza, segundo o José de Oliveira, o país já consome 50 por cento de energias limpas, em níveis que aumentam caso a isso se associem os projectos fotovoltaicos em construção.
Está em fase final, em Benguela, a contrução de dois parques fotovoltaicos que, pela primeira vez, vão injectar electricidade na rede nacional, com a inauguração prevista para Julho: a Central de Energia Solar do Biópio, com uma potência prevista de 188,8 MW e o da Baía Farta, com 96,7 MW.
O Ministério da Energia e Águas, prosseguiu, tem um programa de instalação de outras centrais solares fotovoltaicas a serem erguidas em seis províncias do País, que juntas totalizam um milhão de painéis solares capazes de gerar energia limpa e sustentável de 370 MW.