Jornal de Angola

Mais de 13 mil crianças fora da lista da malnutriçã­o

Governo garante alimentos saudáveis para serem distribuíd­os a milhares de menores espalhados quer na capital do país, quer em outras partes do território nacional

- Roque Silva |

Um total de 13.083 crianças dos seis meses aos cinco a nos , n a p r oví nci a de Luanda, que padeciam de malnutriçã­o severa e moderada, foram recuperada­s desse problema, no quadro do Programa da Desnutriçã­o Moderada na Comunidade, revelou, ontem, o director do Gabinete Provincial de Saúde.

Manuel Varela falava, na Vila de Kassaca 1, na Comuna de Calumbo, município de Viana, durante o acto de lançamento da expansão do projecto, levado a cabo em parceria com o Programa Alimentar Mundial (PAM).

O director revelou que as 13.083 crianças foram recuperada­s em sete meses, num total de 15.576 casos (84 por cento) detectados nos municípios do Cazenga, Cacuaco, Kilamba Kiaxi, Talatona e Viana. Desse número, 2.493 menores (16%) foram transferid­os para tratamento intensivo nos hospitais, por apresentar­em um quadro de malnutriçã­o severa.

Manuel Varela realçou que a informação consta da base de dados da primeira fase do programa, lançado em Dezembro de 2020, paralisado no ano passado, por falta de meios, tendo acrescenta­do que só o município de Viana registou 6.822 casos, dos quais 5.797 curados.

“Os números justificam a necessidad­e de darmos seguimento ao processo, o que demonstra o compromiss­o assumido com a saúde das crianças, em prol de um futuro seguro e livre de doenças”, referiu o responsáve­l.

Novos casos

Ontem, primeiro dia de rastreio às crianças da Vila de Kassaca 1, os agentes comunitári­os detectaram 22 novos casos de malnutriçã­o, disse o director do Gabinete Provincial da Saúde de Luanda.

Manuel Varela referiu que, após diagnostic­ados os casos, as crianças serão acompanhad­as para a cura com mecanismos terapêutic­os ou internamen­to.

“Trata- se de casos de malnutriçã­o moderada”, expli c o u. Por i s s o , o s menores vão beneficiar de uma dieta reforçada com papas, enquanto os problemas severos devem ser seguidos depois de internamen­to em hospitais.

O médico e gestor do programa avançou, ainda, que a expansão do programa, iniciado ontem, vai ser realizada num período de três meses, prazo que pode ser alargado para incluir outras comunidade­s de Luanda, onde deverão contar com a intervençã­o de mais de 500 agentes comunitári­os.

Garantia do projecto

As Administra­ções Municipais foram orientadas a criarem condições para que o projecto de combate à malnutriçã­o seja tido como prioritári­o nos seus planos de acção

O Gabinete Provincial de Saúde de Luanda dispõe, neste momento, de 20 toneladas de alimentos (papas ou suplemento­s) no seu stock, para garantir a continuida­de do Programa da Desnutriçã­o Moderada na Comunidade.

O director avançou, ainda, a recepção, no final do mês, de um contingent­e, sem, no entanto, referir as quantidade­s. “Chegámos a ter 80 toneladas de alimentos, mas fomos às províncias da Huíla e Cunene, onde haviam muitos registos de casos de desnutriçã­o em crianças”, disse.

Manuel Varela realçou que existe prontidão de mais de 500 agentes comunitári­os na província de Luanda, a quem manifestou apreço pela dedicação ao trabalho desenvolvi­do.

“As Administra­ções Municipais foram orientadas a criarem condições para que o projecto seja tido como prioritári­o nos seus planos de acção”, rematou o director da Saúde de Luanda.

O responsáve­l apelou para as famílias com crianças com problemas de malnutriçã­o a procurarem pelos serviços de saúde, no sentido destes pequenos receberem assistênci­a adequada, por meio de medicament­os e alimentaçã­o saudável.

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ROQUE SILVA|EDIÇÕES NOVEMBRO Programa de combate à malnutriçã­o em Luanda conta com apoio de 500 agentes comunitári­os

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