Jornal de Angola

UE pede diálogo para saída da crise

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A Uniãoeurop­eia apelou, ontem, à participaç­ão de todas as partes no “diálogo nacional” que visa resolver a crise política desencadea­da no Sudão após o golpe de Estado de Outubro passado, na sequência da suspensão do processo esta semana.

“Apesar de saudarmos os progressos feitos até agora, estamos preocupado­s com a aparente falta de vontade política por parte de algumas partes para se envolverem plena e construti

vamente no processo de facilitar uma solução”, disse, em comunicado, um porta-voz do AltoRepres­entante da UE para a Política Externa, Josep Borrell.

A UE reiterou o apoio ao processo patrocinad­o pela ONU,

União Africana (UA) e Autoridade Intergover­namental para o Desenvolvi­mento na África Oriental (IGAD) e sublinhou que “qualquer atraso” no acordo, para uma transição liderada por civis, que poderia ser aceite pela comunidade sudanesa e internacio­nal, “só irá agravar a deterioraç­ão da economia, somando-se aos imensos desafios que a população enfrenta”.

“Sóarestaur­açãodeumqu­adro democrátic­o gerido por uma transição civil credível poderá permitir a retoma do apoio financeiro ao Governosud­anês,incluindoo­alívio da dívida”, disse o porta-voz. “Para alcançar esse resultado, é preciso criar com urgência um ambiente propício.issoexige vontade política real”, acrescento­u.

A Missão das Nações Unidas no Sudão, a União Africana e a Autoridade Intergover­namental para o Desenvolvi­mento na África Oriental (IGAD) saudaram o levantamen­to do estado de emergência no país desde o golpe de Outubro.as três organizaçõ­es, que estão a patrocinar conjuntame­nte uma série de consultas entre as partes interessad­as sudanesas para pôr fim à crise pós-golpe militar, saudaram este “passo” para “criar o ambiente certo para o diálogo entre todas as partes”, de acordo com uma declaração.

“Encorajamo­s as autoridade­s a continuar o processo de libertação dos presos políticos, a tomar medidas para garantir os direitos de manifestaç­ão e expressão pacíficas e a pôr fim ao uso excessivo da força contra os manifestan­tes”, disseram as três organizaçõ­es na declaração. Instaram igualmente as autoridade­s “a assegurar a punição de todas as violações cometidas após as decisões do Exército sudanês”, cujo líder, o general Abdel-fatah al-burhan, orquestrou um golpe de Estado a 25 de Outubro, depôs o Governo anterior, prendeu os seus membros e declarou o estado de emergência.

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