Aliados de Bashir absolvidos da acusação de conspiração
A Justiça sudanesa absolveu 13 aliados de Omar al-bashir, enquanto as organizações internacionais apelam à libertação de mais detidos e aplaudem o levantamento do estado de emergência que vigorava desde Outubro do ano passado
Um tribunalsudanês absolveu 13 aliados do ex-presidente Omar al-bashir, acusados de conspirar contra a transição democrática que começou após a queda do Governo, em 2019, incluindo o antigo chefe da diplomacia Ibrahim Ghandour e membros do Partido do Congresso Nacional (NCP), noticiou, ontem, a AFP, citando o advogado dos réus, Abdallah Derf.
A promotoria pública ainda pode apelar, mas o tribunal “não encontrou nenhuma evidência para condená-los”, disse o advogado Abdallah Derf, nas acusações de “financiar o terrorismo” e “perturbar a ordem constitucional”.
Em 2019, o Exército pôs fim a 30 anos de liderança de Bashir sob pressão das ruas, abrindo caminho à transição para um Governo civil que foi interrompido em Outubro pelo golpe do chefe do Exército, general Abdel Fattah al-burhane.
Desde então, o país mergulhou numa profunda crise política. Também na quartafeira, milhares de pessoas manifestaram-se em Cartum e outras cidades do país em novos protestos contra o golpe militar de Outubro. Foi o mais recente esforço para pressionar os generais no poder, cuja tomada da liderança do país desencadeou protestos de rua quase diários para exigir um Governo civil. Desde o golpe, a repressão aos manifestantes matou mais de 90 pessoas, a maioria homens jovens, e feriu milhares, segundo um grupo médico sudanês citado pela Reuters.
Governos ocidentais e instituições financeiras mundiais suspenderam a assistência ao Sudão para pressionar os generais a entregarem o poder a um governo liderado por civis. Estes últimos protestos ocorrem no terceiro aniversário do início de uma manifestação, do lado de fora do quartel-general militar, em Cartum, que acelerou a queda de Omar al-bashir.