Jornal de Angola

Evaristo Carvalho sepultado ontem no Alto de São João

Parlamento são-tomense acolheu sessão solene de “adeus” ao ex-chefe de Estado falecido sábado último, aos 80 anos, por doença

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Os restos mortais do ExPresiden­te são-tomense Evaristo Carvalho, falecido sábado último, por doença, em Lisboa, Portugal, foram ontem a enterrar no cemitério do Alto de São João, na capital são-tomense, num ambiente de consternaç­ão presenciad­o por altas personalid­ades nacionais e estrangeir­as.

O Parlamento são-tomense acolheu, logo pela manhã, a sessão solene de homenagem a Evaristo Carvalho, uma cerimónia em que os titulares dos órgãos de soberania destacaram as qualidades do antigo Chefe de Estado e seu contributo para o país.

A sessão solene juntou centenas de personalid­ades, entre deputados, membros do Governo, familiares e populares, e foi marcada pelos discursos do Primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus, do presidente da Assembleia Nacional, Delfim Neves e do Presidente são-tomense, Carlos Vila Nova.

Jorge Bom Jesus, considerou que o ex-presidente foi “grande homem de Estado” de “personalid­ade 'sui generis' que a História de São Tomé e Príncipe já absorveu incondicio­nalmente”.

“O malogrado Presidente Evaristo foi um homem bom, humanista, democrata, íntegro, símbolo de paz, de pontes de diálogo, arquitecto de consensos, princípios inabalávei­s, sólidas convicções, 'forro', nacionalis­ta e anticoloni­alista”, afirmou o Primeiro-ministro.

Jorge Bom Jesus realçou que Evaristo Carvalho “sempre serviu com zelo, dedicação, brio e competênci­a a administra­ção pública e privada, os Governos, os partidos políticos, a causa pela independên­cia” e “a Nação são-tomense, sem nunca se servir”. O presidente do Parlamento são-tomense, Delfim Neves, realçou a presidênci­a de Evaristo Carvalho na Assembleia Nacional e o seu percurso na chefia de várias instituiçõ­es do país consideran­do que o ex-presidente “terá deixado bem vincado o seu carácter pessoal, marcado pela crença no diálogo como solução mais viável para resolver as conflitual­idades”.

“Evaristo Carvalho foi um político exemplar que lutou por grandes causas do nosso país, sempre ajudando a construir e a consolidar a nossa democracia, buscando repudiar a invulgar hostilidad­e entre os são-tomenses”, destacou Delfim Neves.

“Se fizermos uma introspecç­ão cada um de nós reconhecer­á que poderíamos ter feito mais e melhor enquanto Evaristo Carvalho esteve em vida até para que a sua obra ganhasse uma dimensão ainda maior. Não foi possível e todos sabemos que o que se fez contribuiu para a vida que ele

levou e o legado que deixou”, disse o Presidente da República, Carlos Vila Nova.

O Chefe de Estado sãotomense destacou os cons e l hos que re c ebeu de Evaristo Carvalho e assegurou que tomou a “opção pessoal” de manter a lembrança do ex-presidente viva.

Por outro lado, Carlos Vila Nova reconheceu e agradeceu “o empenho” do Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa pelas tentativas feitas para realizar o pedido de Evaristo Carvalho que quis retornar a sua terra natal ainda em vida.

Após a sessão solene no Parlamento realizada cerca das 11h00 locais (mais uma hora em Angola), seguiu-se uma revista das tropas e um curto percurso fúnebre que passou pela residência oficial, sede do partido Acção Democrátic­a Independen­te (ADI), de que Evaristo Carvalho foi vice-presidente até a Sé Catedral, onde decorreu uma cerimónia religiosa.

Após a missa, o cortejo deslocou-se a Santana, terra natal de Evaristo Carvalho, acompanhad­o dos militares da guarda de honra e banda das Forças Armadas de São Tomé e Príncipe t endo regressado depois à capital onde foi realizado o enterro, cerca das 15h30 locais.

Eleito Presidente de São Tomé e Príncipe a 18 de Julho de 2016, Evaristo Carvalho exerceu o mandato até 2 de Outubro de 2021, quando lhe sucedeu Carlos Vila Nova.

Evaristo Carvalho, nascido aos 22 de Outubro de 1941, era um histórico da política são-tomense, tendo sido, por duas ocasiões, Primeiro-ministro em Governos de iniciativa presidenci­al e presidente da Assembleia Nacional.

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DR Titulares dos órgãos de soberania destaram as qualidades do político e estadista são-tomense

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