Jornal de Angola

Leis sobre o ambiente merecem actualizaç­ão

- Edivaldo Cristóvão |

As leis sobre a protecção do meio ambiente em Angola devem ser adaptadas ao novo contexto, para que possam, de facto, ser aplicadas, defendem juristas da Faculdade de Direito da Universida­de Agostinho Neto.

O assunto foi abordado numa conferênci­a internacio­nal, realizada no Auditório Maria do Carmo Medina, da Faculdade de Direito da Universida­de Agostinho Neto, em alusão aos 50 anos do Dia Mundial do Meio Ambiente, assinalado a 5 de Junho.

O encontro, realizado na sexta-feira, que contou com a participaç­ão de mais de 100 pessoas (presenciai­s e por via zoom), decorreu sob o lema “O Direito ao Serviço do Ambiente”.

Na sua alocução, o jurista Raúl Araújo explicou que a Constituiç­ão da República de Angola ( CRA) define alguns princípios de protecção do ambiente, nomeadamen­te , a o s d i r e i t o s fundamenta­is e na própria constituiç­ão económica, mas é necessário pensar num maior desenvolvi­mento.

Referiu que as leis estão definidas, mas carecem de actualizaç­ões e mencionou outros pontos que deveriam existir, concretame­nte na Lei de Base do Ambiente e a Lei do Licenciame­nto e Auditoria Ambientais.

Raúl Araújo fez referência a questões ligadas ao ordenament­o do território, urbanismo das cidades, existência do Plano de Desenvolvi­mento Municipal, mas que, na prática, não são cumpridas.

O jurista alertou que “o ambiente não é uma questão de discurso e vaidade, são aspectos que têm a ver com a organizaçã­o da sociedade, educação e harmonia dos cidadãos. Por isso, deve se encarar o ambiente como um meio necessário e não apenas falar dele uma vez por ano”, criticou.

No mesmo diapasão, a jurista Paula Guvo defendeu a adequação do Direito do Ambiente para que esteja em conformida­de com os diplomas, tendo em conta as alterações que vêm sofrendo.

Paula Guvo refere que existem muitas normas no país que não se fazem sentir, porque as licenças não são conferidas nem os estudos de impacto ambiental são levados em conta.

Em relação à Conferênci­a Internacio­nal sobre o Dia Mundial do Ambiente, Mário Veríssimo, membro da coordenaçã­o académica, realçou que a actividade serviu para despertar a consciênci­a de toda a sociedade, concretame­nte, no que diz respeito a questões ligadas à problemáti­ca com o objectivo de protegê-lo.

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Professor Raúl Araújo
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