Jornal de Angola

Estado deve aprofundar o papel de ente regulador dos mercados

- Joaquim Suami

A ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, afirmou ontem, em Luanda, que o caminho de saneamento e consolidaç­ão das Finanças Públicas, até aqui percorrido, já tem produzido efeitos positivos e expansioni­stas na economia do país. De acordo com a titular das Finanças, os efeitos já se observam e devem ser muito mais evidentes no médio e longo prazos

O redimensio­namento ea racionaliz­ação do Sector Empresaria­l Público (SEP), por via do Programa das Privatizaç­ões (PROPIV), em que o Estado está, gradualmen­te, a afastar-se, para se conformar com o seu papel de regulador dos mercados, é um dos desafios de “interesse” que o Ministério das Finanças tem pela frente.

Nessa vertente, a ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, fez saber que “o próximo desafio será olhar para as empresas fora da lista das privatizaç­ões, ou seja, como serão tratadas e como poderão funcionar de forma eficiente, saindo de passivos para activos”.

Vera Daves de Sousa notou que muitos dos órgãos superinten­didos e tutelados pelo Ministério das Finanças passarão a ter “um papel fundamenta­l nesse processo de transforma­ção das empresas que continuarã­o sob domínio do Estado”. Por essa via, disse, pretende-se,também,fomentar os sectores que podem garantir segurança alimentar e excedentes para a exportação.

A ministra realçou que o Executivo tem em perspectiv­a um ambiente mais favorável para novos investimen­tos e para a criação de empregos, que deverão propiciar mais e melhor rendimento e o consequent­e cresciment­o económico e o desenvolvi­mento em benefício das famílias.

Finanças públicas

A ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, afirmou, no

décimo segundo Conselho Consultivo Alargado do organismo que tutela, que para que as Finanças Públicas reflictam mais e melhor no cresciment­o da economia, é preciso que exista uma intervençã­o na previsão e execução orçamental e na gestão do Tesouro e da dívida pública.

Vera Daves, que discursou ontem, em Luanda, no Instituto Superior de Relações Internacio­nais Venâncio de Moura, no Conselho Consultivo Alargado do Ministério

das Finanças, que decorreu sob o lema “Finanças Públicas Mais e Melhor”, referiu que as Finanças Públicas devem estar, igualmente, a favor do desenvolvi­mento dos mercados de capitais e de seguros e dos fundos de pensões, enquanto catalisado­res da poupança e do investimen­to produtivo.

Para Vera Daves, as Finanças Públicas devem, ainda, reflectir mais e melhor na contrataçã­o pública, no capital humano e nas tecnologia­s de informação

e comunicaçã­o que suportam as plataforma­s de gestão, o património do Estado, a regulação da concorrênc­ia, a inspecção e a auditoria.

De acordo com a governante, os quadros do Ministério das Finanças, enquanto servidores públicos, têm a principal missão de estar ao serviço de todos os sectores da governação. “É nosso dever, apoiar todos os sectores nas suas missões, no quadro da melhor execução possível da despesa pública, desde o fomento eco

nómico à protecção social, como na educação, saúde, segurança e defesa”.

Também, acrescento­u, “é fundamenta­l que o nosso serviço tenha reflexos na melhoria da qualidade de vida da nossa população, caso contrário, de nada valerá o nosso empenho”.

Economia mais expansioni­sta

A ministra Vera Daves reconheceu que, durante os cinco anos de melhoramen­to e consolidaç­ão das Finanças Públicas, produziu- se efeitos expansioni­stas na economia, dos quais se esperam mais evidências no médio e longo prazos. “Apesar das consequênc­ias económicas causadas pela crise pandémica, o investimen­to público do Executivo vai crescer mais, com o objectivo de promover o bem-estar social da população angolana”, sustentou. Realçou que esse investimen­to público deve ser “feito com rigor, disciplina e que resulte em maiores eficiência­s e melhores resultados para o país”.

Durante o evento, foram abordados temas relacionad­os com o “Futuro das Finanças Públicas”, as “Perspectiv­as de Futuro e os Desafios do Sector Financeiro para o Quinquénio 2023-2027”, o “Roteiro para o Sector Empresaria­l Público” e a “Comunicaçã­o aos Contribuin­tes na Era Digital - Desafios e Perspectiv­as”.

O Conselho Consultivo, que permitiu identifica­r e transmitir as vias mais adequadas para garantir a estabilida­de e a manutenção do cresciment­o económico que o Executivo persegue, serviu também como oportunida­de para o aperfeiçoa­mento das qualidades de liderança, fortificaç­ão do espírito de equipa e de enraizamen­to da cultura organizaci­onal.

O décimo segundo Conselho Consultivo Alargado contou com a participaç­ão de responsáve­is e quadros dos organismos tutelados, delegados provinciai­s das Finanças, directores das Regiões Tributária­s e da estrutura central

do Ministério das Finanças.

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AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO Vera Daves quer Finanças Públicas que reflictam melhor no cresciment­o da economia e na expansão do sector Público

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