Jornal de Angola

Exército e rebeldes do M23 travam intensos combates

Os rebeldes atacaram a cidade de Bunagana, seu antigo reduto tomado pelo Exército em 2013. O porta-voz do governador militar da província, general Sylvain Ekenge, disse que os combates são intensos

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Intensos combates eclodiram, ontem, de manhã, no Leste da República Democrátic­a do Congo (RDC), província de Kivu do Norte, na fronteira com Uganda, após um novo ataque de rebeldes do M23 , segundo as Forças Armadas governamen­tais.

Os rebeldes atacaram concretame­nte a cidade de Bunagana, seu antigo reduto tomado pelo Exército em 2013. O porta-voz do governador militar da província, general Sylvain Ekenge, citado pela agência France Press (AFP), disse que os combates são intensos.

Um responsáve­l de uma associação local da sociedade civil, Damien Sebusanane, informou à AFP que a maior parte da população local fugiu do Centro da cidade,

importante ponto de passagem de mercadoria­s entre a RDC e o Uganda.

Segundo o administra­dor militar local, o coronel Muhindi Lwanzo, efectivos das Forças Armadas da República Democrátic­a do Congo (FARDC)

foram atacados pelo M23 em Bunagana e na cidade vizinha de Tshengerer­o.

O M23, cujos guerrilhei­ros, são, maioritari­amente, da etnia tutsi, foi esmagado em 2013 pelo Exército congolês, mas voltou a pegar em armas no final de 2021, acusando as autoridade­s da RDC de não terem respeitado os Acordos de Paz assinados no Quénia entre as duas partes.

O Governo de Kinshasa acusa o Rwanda de apoiar o M23, o que Kigali nega reiteradam­ente.

ONU pede fim dos ataques

As Nações Unidas exortaram, sábado, os grupos armados que operam na República Democrátic­a do Congo (RDC) a "cessar imediatame­nte todas as formas de violência", numa altura em que aumentaram os ataques contra civis por parte destas milícias.

"Estamos preocupado­s com a deterioraç­ão da situação de segurança no Leste da RDC", disse Stéphane Dujarric, porta-voz do Secretário

Geral da ONU, lamentando o aumento dos ataques contra civis por grupos armados.

A organizaçã­o pediu aos grupos armados para "participar­em incondicio­nalmente no Programa de Desarmamen­to, Desmobiliz­ação,

Recuperaçã­o da Comunidade e Estabilida­de (P-DDRCS)", aprovado em 17 de Março pelo Governo da RDC para estabiliza­r a segurança na parte Oriental do país.

Stéphane Dujarric disse que o M23 realiza ataques contra posições do Exército tanto quanto o grupo armado Cooperativ­a para o Desenvolvi­mento do Congo (Codeco).

A ONU também instou os grupos armados estrangeir­os presentes no país a "deporem as armas e regressar aos seus países de origem".

"Reafirmamo­s o nosso forte empenho na soberania, Independên­cia, unidade e integridad­e territoria­l da RDC", disse o porta-voz.

O responsáve­l referiu-se a este respeito à participaç­ão no acordo das Forças Democrátic­as Aliadas (ADF), do grupo Resistênci­a ao Estado de Direito no Burundi (REDTabara) e das Forças Democrátic­as para a Libertação do Rwanda (FDLR).

"Saudamos e apoiamos os esforços políticos nacionais e regionais em curso para acompanhar o desarmamen­to", disse Stéphane Dujarric. O responsáve­l destacou, também, o trabalho da Missão das Nações Unidas na RDC (Monusco).

"A Monusco está a proteger de forma imparcial e firmemente os civis e ajuda a neutraliza­r os grupos armados", afirmou o porta-voz do Secretário-geral, António Guterres.

O M23, cujos guerrilhei­ros, são, maioritari­amente, da etnia tutsi, foi esmagado em 2013 pelo Exército congolês, mas voltou a pegar em armas no final de 2021, acusando as autoridade­s da RDC de não terem respeitado os Acordos de Paz

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Rebeldes do Movimento 23 atacaram posições do Exército congolês na cidade de Bunagana

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