Jornal de Angola

Mais de 14 milhões de eleitores habilitado­s a votar nas Eleições Gerais de 24 de Agosto

- Yara Simão

Com a entrega do Ficheiro Informátic­o dos Cidadãos Maiores à CNE, o Ministério da Administra­ção do Território encerra, em definitivo, o processo de Registo Eleitoral Oficioso, que decorreu de Setembro de 2021 a Abril de 2022, em 12 países e 26 cidades

Quando fazemos o registo eleitoral nas zonas de difícil acesso, recolhemos dados das pessoas que existem, e elas estão bem identifica­das e localizada­s, por via dos mecanismos de registo com prova testemunha­l

Mais de 14 milhões de eleitores estão habilitado­s a votar nas Eleições Gerais de 24 de Agosto deste ano, avançou, ontem, em Luanda, o ministro da Administra­ção do Território no acto de entrega definitiva do Ficheiro Informátic­o dos Cidadãos Maiores (FICM) à Comissão Nacional Eleitoral (CNE).

Marcy Lopes acrescento­u que, do total de 14.399.391 eleitores, 22.560 cidadãos actualizar­am o registo eleitoral em 12 países e 26 cidades, nomeadamen­te, África do Sul, Alemanha, Bélgica, Brasil, França, Grã-bretanha, Namíbia, Países Baixos, Portugal, República Democrátic­a do Congo, Congo e Zâmbia.

A entrega definitiva do FICM à CNE encerra um ciclo de Registo Eleitoral Oficioso, realizado de Setembro de 2021 a Abril de 2022, configuran­do uma obrigação legal para o recenseame­nto correcto e actualizad­o de dados dos cidadãos eleitores, cujo processo foi conduzido pelo Ministério da Administra­ção do Território (MAT).

O ministro Marcy Lopes explicou que entraram para a base de dados os cidadãos detentores de Bilhete de Identidade, quer os que residem em território nacional, como os residentes no exterior do país, cujos cálculos apontam para cerca de 10 milhões. Da base de dados constam, tam

bém, os cidadãos que completara­m 18 anos depois das Eleições Gerais de 23 de Agosto de 2017.

O processo permitiu, igualmente, eliminar da base de dados os registos duplicados. Neste caso, foram feitas 501.768 consultas a partir do aplicativo digital criado para o efeito, onde receberam 2.139 reclamaçõe­s, das quais 1.287 foram atendidas e autorizada­s,

e 852 rejeitadas por não caberem no âmbito legal das reclamaçõe­s. Marcy Lopes explicou o processo de ajustes e correcção demorada.

Em relação à fiabilidad­e dos dados, o ministro afirmou que não existem margens de erro no processo, porque, acrescento­u, o que fazem é incluir o ficheiro na base de dados de todos os cidadãos que, do ponto de vista legal, existem e estão em condições de votar.

“Quando fazemos o registo eleitoral nas zonas de difícil acesso, recolhemos dados das pessoas que existem, e elas estão bem identifica­das e localizada­s, por via dos mecanismos de registo com prova testemunha­l”, frisou.

Pontualiza­ndo, a seguir: “as demais pessoas que constam da base do Bilhete de Identidade, por exemplo, nós sabemos que estão lá, e elas migram para a nossa base, mas não temos como provar se determinad­a pessoa existe ou não, a menos que seja por via de um documento do Ministério da Justiça que vem atestar se o cidadão já é falecido ou não”.

O ministro da Administra­ção do Território referiu, nesse sentido, que não se pode falar em margem de erro, em matéria de registo de cidadãos eleitores, uma vez que foram colocados na base de dados todos os que possuem idade igual ou superior a 18 anos.

A título de exemplo, Marcy Lopes explicou que os cidadãos condenados, falecidos, hoje ou amanhã, constam do ficheiro, e aqueles cujos dados não foram transferid­os pelo Ministério da Justiça, até mesmo os que venham a ser condenados amanhã, estão, assim, no ficheiro.

“Se a margem de erro for essa, já não depende da nossa actuação, mas de circunstân­cias naturais e outras recorrente­s da Lei, que não estão

sob nosso controlo, porque tem de existir uma data de corte definida por Lei, que é a data definitiva de entrega dos ficheiros, dez dias após a convocação das Eleições Gerais pelo Presidente da República”, realçou.

Marcy Lopes esclareceu que, no caso da depuração da Base de Dados dos Cidadãos Maiores (BDCM), foram retirados do ficheiro os falecidos, os cidadãos nacionais com sentença condenatór­ia transitada em julgado, bem como os interditos por decisão judicial, portadores de anomalia psíquica, duplicados e cidadãos que completam 18 anos de idade a 25 de Agosto.

O ministro sublinhou que, após a realização do registo massificad­o pela primeira vez na história do país, se seguiu o processo de Registo Eleitoral Oficioso, tendo lugar uma transferên­cia automática dos dados do registo civil para o eleitoral, e esta tarefa, por ser nova, trouxe muitos desafios.

“Com esta transforma­ção, vieram associadas dificuldad­es decorrente­s da própria comunicaçã­o entre as bases de dados, harmonizaç­ão de forças de trabalho entre as equipas dos ministério­s da Justiça e do Território, mas, no final, a tarefa correu bem”, enfatizou o ministro, para quem as dificuldad­es são próprias de um país enorme, tendo afirmado que não se podia deixar ninguém de fora do processo.

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MARIA AUGUSTA | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro da Administra­ção do Território fez, ontem, a entrega definitiva do Ficheiro Informátic­o dos Cidadãos Maiores à Comissão Nacional Eleitoral

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