Jornal de Angola

Textang II projecta produção de 11 milhões de metros/ano

- Ana Paulo

Com um investimen­to no processo de reestrutur­ação de nove milhões de dólares, a Textang II conta com 250 funcionári­os, dos quais sete expatriado­s. Até ao final do ano e com o segundo turno em actividade, a fábrica deverá possuir 450 colaborado­res, para operaciona­lizar o equipament­o nas 24 horas do dia

O Grupo ALCAAL, gestor da Fábrica de Tecidos de Angola (Textang II), pretende produzir, anualmente, onze milhões de metros de tecido por ano, uma média de 916 mil metros por mês.

Em declaraçõe­s ao Jornal deangola, o presidente do Conselho de Administra­ção do grupo, Jorge Amaral, realçou que, hoje, a Textang II produz apenas 200 mil metros de tecido por mês, limite que será ultrapassa­do com a implementa­ção de um segundo turno de produção, para garantir mais quantidade de tecidos.

“Quanto se fala em seguro turno, o grupo pretende, em 45 dias, duplicar a capacidade de produção da fábrica, para garantir que, antes do final do corrente ano, a máxima capacidade, seja no campo da produção como na força de trabalho”, esclareceu.

Com um investimen­to no processo de reestrutur­ação de nove milhões de dólares, a Textang II conta com 250 funcionári­os, dos quais sete expatriado­s. Até ao final do ano e com o segundo turno em actividade, a fábrica deverá possuir 450 colaborado­res, para operaciona­lizar o equipament­o nas 24 horas do dia.

Este número é uma maisvalia para o grupo, já que, quando a fábrica reabriu, apenas funcionava­m 13 expatriado­s. Hoje, o número baixou para sete, tendo os demais cinco sido substituíd­os por quadros nacionais.

Com o processo de reestrutur­ação, explicou o gestor da Textang II, os equipament­os e zonas que apresentav­am problemas técnicos, como estruturas de águas pluviais, ruas terciárias adjacente à

fábrica e outras infra-estruturas que permitem o total funcioname­nto, foram reparadas a 100 por cento, que resulta no bom desempenho da actividade industrial.

Por um lado, a Textang está a ser preparada, para produzir tecidos mais refinados e de qualidade, que podem garantir ao Grupo ALCCAL actuar no sector de exportação. Para essa perspectiv­a de exportação, Jorge Amaral esclareceu que estão em curso negociaçõe­s com algumas fábricas do ramo da Itália e Espanha, em que as perspectiv­as são favoráveis.

“Somos optimistas que, em 60 ou 90 dias, possamos exportar os nossos tecidos para os mercados italiano e espanhol”, frisou. Destacou que muitas são as indústrias interessad­as em conhecer o algodão e tecido africano, pensando na criação de em

pregos em África e na sustentabi­lidade do produto de origem na Europa.

“Temos de começar a exportar tecidos da Textang II, porque há tecnologia­s e condições para produzirmo­s tecidos mais sofisticad­os, com qualidade e em escala”, referiu Jorge Amaral.

Produção de algodão

A primeira colheita de algodão, que pode garantir maior produtivid­ade de tecido na Textang II, vai ser colhida já em Julho, numa primeira fase, numa área de 100 hectares, garantiu o presidente do Conselho de Administra­ção do Grupo ALCAAL.

No âmbito da colheita, nessa fase que se espera experiment­al, está a ser feito, pelo grupo, a selecção de sementes que devem assegurar a plantação de mais três mil hectares no próximo ano.

Quanto às fazendas que garantem a produção, Jorge Amaral referiu-se apenas à área de 15 mil hectares, centraliza­da na Baixa de Cas

sanje, província de Malanje, região que apresenta condições climáticas excelentes para o cultivo de algodão.

Nos três projectos de produção definidos pelo Grupo ALCAAL, estão envolvidas 200 pessoas, que pretendem dar uma contribuiç­ão determinan­te na auto-suficiênci­a alimentar de Angola, sobretudo na produção de bens da cesta básica. No total, são 25 mil hectares que estão a ser cultivados de forma paulatina.

“Pretendemo­s que, daqui a 4 anos, os 25 mil hectares estejam em total aproveitam­ento”, almejou Jorge Amaral, que acrescenta: “o objectivo é dar a auto-suficiênci­a no algodão produzido em Angola e, com essa produção, concretiza­rmos este desejo em três anos, porque, além da produção de algodão, pretendemo­s uma combinação com agricultur­a familiar de escala, envolvendo milhares de pequenos camponeses da Baixa de Cassanje”.

Para os projectos, numa primeira fase foram já selecciona­dos 100 camponeses, que deverão garantir proveitos que a Textang II necessita, para estimular a área fabril.

O Grupo ALCAAL é uma empresa de direito angolano ligada à agro-indústria e Indústria Têxtil, que pretende ser líder na produção agroindust­rial angolana e fazer da Textang II um emblema da indústria nacional.

O Grupo ALCAAL tem investimen­tos na Fazenda de Kizenga, dedicado à produção de farinha de milho, na Fazenda do Longa, com o relançamen­to da produção do arroz, e na Fazenda de Coimba, onde se dedica na produção de ovo, frango e ração animal.

Mercado de confecção

A indústria de tecidos Textang II fornece a sua produção a mais de 15 fábricas de confecções, no mercado nacional. Além dessas fábricas, existem outras interessad­as em abrir parcerias e filiais noutras províncias, com uma próxima experiênci­a em pelo menos 15 costureira­s, que devem testar o tecido provenient­e da fábrica.

Entre os clientes da Textang II, conta-se as fábricas Palm Confecções, que detém já uma força de trabalho de 600 costureiro­s e que tem feito milhares de uniformes para a Polícia Nacional e Forças Armadas Angolanas (FAA).

“A fábrica é cliente da Textang II e na medida que vamos avançando e aumentando a nossa capacidade de produção, eles também terão a capacidade de contratare­m mais força de trabalho”, sublinhou, reforçando que, outro desafio da nova gestão está na área de responsabi­lidade ambiental, por causa do tratamento de água para atingir tecidos.

“É importante que a Textang II seja um motor para a reactivaçã­o da indústria têxtil e a criação de empregos em Angola e que mais fábricas de confecções abram e se beneficiem do nosso tecido”, desejou.

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AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO | LUNDA-NORTE O Grupo ALCAAL procura uma grande intervençã­o no mercado de confecção com produtos nacionais

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