Jornal de Angola

Governador quer aplicação prática do regime especial

- Alberto Coelho | Cabinda

O governador de Cabinda, Marcos Nhunga, defendeu, ontem, a aplicação prática do Regime Especial Aduaneiro, Portuário e de Transmissã­o de Bens para a província de Cabinda, de forma a baixar os preços dos produtos essenciais.

O Regime Especial Aduaneiro, Portuário e de Trans

missão de Bens para a Província de Cabinda foi, inicialmen­te, aprovado em Decreto Presidenci­al de 2014 e, em 2019, reajustado às medidas introduzid­as na sequência da aprovação e publicação do Código

do Imposto sobre o Valor Acrescenta­do (IVA), estabelece­ndo

uma taxação de um por cento (1%) aos bens alimentare­s importados para a região.

De acordo com Marcos Nhunga, que falava durante o encontro entre o Governo da Província de Cabinda e uma delegação do Ministério

da Indústria e Comércio, liderada pelo ministro Victor Fernandes, mesmo com o Regime Especial Aduaneiro, o custo de vida em Cabinda é três vezes mais caro em relação às restantes províncias.

Segundo Marcos Nhunga, a descontinu­idade geográfica de Cabinda não deve constituir empecilho para o bemestar da população e um

elemento condiciona­nte para o desenvolvi­mento socioeconó­mico da província. No passado colonial, disse, “aqui vivia-se muito bem”, porque as estruturas coloniais criaram todas as condições, para que

Cabinda funcionass­e como uma zona franca, para compensar as particular­idades da província, decorrente­s da sua localizaçã­o geográfica.

“Essa descontinu­idade geográfica cria especifici­dades, daí que se torna necessário a sua aplicação eficaz”, argumentan­do que “o Regime Especial Aduaneiro para Cabinda existe, mas a sua aplicação prática muitas das vezes não é aquilo que se espera”.

Acrescento­u: “A degradação dos aspectos económicos e sociais contribuem para a apetência de muita gente interpreta­r mal e de maneira diferente os esforços empreendid­os pelo Governo na solução dos problemas da população e na implementa­ção de projectos de desenvolvi­mento da província.” Marcos Nhunga solicitou o empenho pessoal do Ministro da Indústria e Comércio, para ajudar a província a resolver os problemas que condiciona­m a aplicação prática do Regime Especial Aduaneiro e Portuário e encontrar, junto das autoridade­s locais, as formas viáveis de se reduzir os preços dos produtos da cesta básica.

Para tal, o governo local defende a necessidad­e de se instalar a estrutura da ANIESA em toda a extensão da província, para permitir o melhor controlo dos preços dos produtos essenciais da cesta básica e influencia­r a sua diminuição.

O ministro da Indústria e Comércio, Victor Fernandes, está em Cabinda, desde ontem, para uma visita de dois dias, procurando a avaliação do actual estado do sector. Depois de manter um encontro de trabalho com o Governo da Província de Cabinda, visitou diversas infra-estruturas e manteve um encontro com a classe empresaria­l.

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