Trump vai responder por burla a apoiantes
No comício do dia 6 de Janeiro, que antecedeu à invasão ao Capitólio, Kimberly Guilfoyle subiu ao palco para introduzir o marido e saiu pouco depois, angariando 60 mil dólares. Outros membros da família e organizações próximas do Presidente também receberam milhões em donativos.
As audiências públicas à Comissão de Investigação ao ataque ao Capitólio continuam a revelar os contornos das acções de Donald Trump, que é acusado de fomentar o ataque através dos comícios em que afirmou que a eleição fora roubada, algo que todas as instituições e órgãos de comunicação provaram ser falso.
Na segunda-feira, a audiência revelou que Trump enganou os seus apoiantes através de um fundo, com o nome "Fundo de Defesa da Eleição Oficial", enviando milhões de e-mails a pedir dinheiro. No total, a campanha angariou cerca de 250 milhões de dólares para o que argumentava ser a defesa da integridade eleitoral.
O Comité explicou que, só na semana a seguir ao resultado das eleições, a campanha de Trump recolheu mais de 100 milhões de dólares.
Na verdade, o fundo nunca existiu e o dinheiro foi canalizado para uma campanha do Presidente, para organizações dos seus aliados, para uma empresa que emprega antigos membros da sua Administração, para a sua cadeia de hotéis e, crucialmente, para a empresa que organizou o fatídico comício no dia 6 de Janeiro de 2021, com o nome " Parem o Roubo".
O Comité Parlamentar também encontrou provas de que os e-mails serviram para perpetuar a mentira sobre a eleição, apelando à presença no comício para que os apoiantes do antigo Presidente "lutassem" contra o Senado e a Câmara dos Representantes, os dois órgãos legislativos que certificavam o resultado das eleições no momento da invasão.