EUA anunciam 40 milhões de dólares para Moçambique
A subsecretária de Estado para os Assuntos Políticos norte-americana anunciou, ontem, uma doação de 40 milhões de dólares para apoio aos deslocados de guerra no Norte de Moçambique e vítimas de desastres naturais.
Victoria Nuland divulgou o apoio dos EUA após uma visita aos armazéns do Programa Alimentar Mundial (PAM), na cidade da Matola, província de Maputo.
Nuland disse que a verba faz parte da "resposta de emergência às necessidades alimentares dos deslocados de guerra e terrorismo, protecção social, construção de resiliência face às mudanças climáticas e apoio nutricional para as crianças".
A prioridade é evitar que "as pessoas em situação de insegurança alimentar em Moçambique caiam numa situação de fome".
A responsável enfatizou que os EUA vão tentar persuadir outros países ricos a prestarem mais ajuda às vítimas da fome no mundo, principalmente em África, assinalando o agravamento da situação devido "ao bloqueio de cereais pela Rússia", no contexto da invasão da Ucrânia.
"Um dos grandes desafios globais é a insegurança alimentar", que "resulta de mudanças climáticas, secas, conflitos e terrorismo, agravados pela guerra movida pela Rússia contra a Ucrânia", enfatizou.
Do montante anunciado pelo Governo norte-americano, o PAM vai receber a maior fatia, no valor de 29,5 milhões de dólares .
"É um apoio oportuno dos EUA, porque nos permite manter a assistência humanitária aos cerca de 940 mil deslocados de guerra de Cabo Delgado até Setembro", disse a directora do PAM em Moçambique.
D´aprile avançou que com os recursos disponibilizados será possível ajudar as vítimas da violência armada em Cabo Delgado e as famílias de acolhimento, que estão nas províncias de Nampula e Niassa, na região Norte.
Para a ajuda aos deslocados da guerra em Cabo Delgado, continuou, a organização precisa de 17,4 milhões de dólares por mês.
Os EUA são o maior doador do PAM em Moçambique, tendo canalizado 207 milhões de dólares desde 2017.