Jornal de Angola

1% da população estudantil frequenta a pós-graduação

- Mazarino da Cunha |

Angola tem apenas um por cento da população estudantil a frequentar cursos pós- graduação, revelou, ontem, em Luanda, a ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário Sambo.

Em declaraçõe­s à imprensa, à margem da cerimónia de apresentaç­ão dos avanços do programa UNI.AO, alusivo às celebraçõe­s do 60º aniversári­o do ensino superior em Angola e Moçambique, Maria do Rosário Sambo admitiu que essa percentage­m demonstra que o país tem um longo caminho a percorrer.

Segundo a ministra, um país que pretende desenvolve­r-se economicam­ente e ter universida­des produtivas não pode ter apenas um por cento da sua população a frequentar cursos de pós-graduação.

A elevação do índice da população em formação nos cursos de pós-graduação, frisou, ajudará no desenvolvi­mento integral do país. Sublinhou que as empresas têm um papel decisivo para conduzir Angola ao caminho desejado.

Um outro elemento considerad­o importantí­ssimo

identifica­do no diagnóstic­o sobre o curso de pós-graduação em Angola, disse, foi a reduzida percentage­m da mulher e das pessoas com deficiênci­a.

Além do insignific­ante número de estudantes a frequentar o curso pós-graduação, Maria do Rosário Sambo referiu que também se nota a falta de inclusão, de tal modo que o caminho a percorrer incidirá sobre essas duas vertentes: a mulher e as pessoas com deficiênci­a.

Maria do Rosário Sambo disse que quando foi concebido o apoio do programa UNI.AO, pela União Europeia, foi tido em conta que Angola precisava de melhorar o ensino superior e a sua investigaç­ão científica capaz de contribuir para o desenvolvi­mento.

A chefe adjunta de Cooperação da Delegação da União Europeia em Angola, Isabel Emerson, disse que os resultados dos estudos feitos sobre a pós-graduação em Angola mostram que há um grande caminho a percorrer para o estreitame­nto dos laços entre as universida­des e as empresas.

Defendeu, por exemplo, maior colaboraçã­o entre o ensino superior e o sector produtivo, melhoria dos cur

rículos e a componente prática da formação, melhorando o perfil de saída dos estudantes, tanto na sua empregabil­idade como o ambiente de negócios.

Mais cooperação

Uma maior cooperação entre as universida­des e as empresas daria lugar a mais oportunida­de de investigaç­ão aplicada, garantiu Isabel Emerson, que disse ser necessário encorajar as universida­des a estreitar os laços para tirarem o máximo proveito de oportunida­des.

O programa UNI.AO, fruto da parceria entre Angola e a União Europeia, foi implementa­do pela agência francesa Expertise France e tem como principal objectivo contribuir para a formação de quadros especializ­ados que sustentem o processo de diversific­ação económica, criando emprego para jovens.

A cerimónia de apresentaç­ão dos avanços do programa UNI.AO, alusivo às celebraçõe­s do 60º aniversári­o do Ensino Superior em Angola e Moçambique decorreu na Escola Nacional de Administra­ção e Políticas Públicas (ENAPP) e contou com a presença de reitores das distintas universida­des públicas e privadas.

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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO O país tem ainda um longo caminho a percorrer, admitiu a ministra Maria do Rosário Sambo

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