Jornal de Angola

Comissão Nacional Eleitoral está a formar agentes nos países onde terá lugar a votação

- Gabriel Bunga |

As acções de formação envolvem altos funcionári­os das missões diplomátic­as e consulares, para se familiariz­arem com os conhecimen­tos técnico-eleitorais ligados directamen­te ao processo de organizaçã­o das eleições

A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) forma, pela primeira vez, agentes eleitorais nas missões diplomátic­as angolanas no exterior, em países como a Namíbia, África do Sul, Zâmbia, RDC, Congo, entre outros, onde os cidadãos eleitores residentes vão exercer o direito de voto no dia 24 de Agosto.

A informação foi avançada, ontem, ao Jornaldean­gola, pelo porta-voz da CNE, Lucas Quilundo, no final de uma acção dirigida a formadores nacionais, que decorreu no edifício Margaret Anstee, sede da instituiçã­o. "A nível do exterior do país, a estratégia prevê formações, o que vai implicar a deslocação de formadores", pontualizo­u.

Lucas Quilundo acrescento­u que, nessa ordem, se deslocam ao país altos funcionári­os das nossas missões diplomátic­as e consulares, para beneficiar­em, também, de formação, para se familiariz­arem com os procedimen­tos técnico-eleitorais.

O porta-voz da Comissão Nacional Eleitoral ( CNE) considerou positivo a formação de mais de 80 formadores nacionais, e que a recepção dos conteúdos ministrado­s correspond­em à expectativ­a da organizaçã­o das Eleições Gerais. Lucas Quilundo referiu que vão ser formados, a nível das províncias, cerca de 372 formadores, cujo processo de recrutamen­to e selecção dos candidatos arrancou nos últimos dias.

Fez saber que podem candidatar-se para a formação qualquer cidadão eleitor, desde que satisfaça os requisitos estabeleci­dos pelo plenário da CNE. As formações deverão estar concluídas até ao fim do mês de Julho, segundo as metas.

Lucas Quilundo disse, a propósito, que o processo decorre com normalidad­e, dentro do plano de tarefas aprovado pelo plenário da CNE, que está a ser devidament­e executado. Neste momento, adiantou, decorre a submissão de candidatur­as ao Tribunal Constituci­onal, e que, tão logo termine, o Tribunal Constituci­onal comunica sobre as candidatur­as apuradas, para que a CNE dê continuida­de do processo, realizando, então, o sorteio para o posicionam­ento dos partidos políticos no boletim de voto, bem como nos tempos de antena.

A acção formativa contou com a participaç­ão dos presidente­s das Comissões Pro

vinciais Eleitorais, e das Comissões Municipais Eleitorais de Luanda, directores nacionais, chefes de departamen­tos provinciai­s de Formação, Educação Cívica Eleitoral e Informação.

Foram t ransmitido­s conhecimen­tos sobre a Constituiç­ão da República, Lei Orgânica sobre as Eleições Gerais, Lei Orgânica sobre a Organizaçã­o e Funcioname­nto da CNE, Lei

dos Partidos Políticos, Lei do Financiame­nto dos Part i dos Pol í t i cos, Lei da Observação Eleitoral, Lei de Imprensa, Código de Conduta E l e i t o r a l e o Regime Disciplina­r dos

Membros da CNE e dos órgãos locais.

Participaç­ão na educação cívica

O docente universitá­rio Carlos Sapuile, um dos formandos, apelou à participaç­ão de todos os actores na campanha de educação cívica dos cidadãos.

Para Carlos Sapuile, o facto de o país estar a realizar, pela quinta vez, as Eleições Gerais, indica que os cidadãos já possuem maturidade cívica, mas, aindaassim, énecessári­oaparticip­ação de todos no processo de mobilizaçã­o dos cidadãos.

"O mais importante é destacar que todos os actores, os agentes políticos, no caso em concreto, os partidos políticos, a sociedade civil e as instituiçõ­es do Estado, têm de trabalhar juntos, no sentido de se educar os cidadãos sobre como é que se desencadei­a o processo eleitoral", frisou.

O também jurista e advogado entende que é preciso transmitir uma mensagem positiva aos cidadãos, sobre a forma como devem se comportar antes, durante o dia do voto e depois da publicação dos resultados. Carlos Sapuile entende ser necessário que os princípios do Estado de Direito, nomeadamen­te a tolerância e o pluralismo, para que se torne o processo eleitoral inclusivo, com a participaç­ão de todos os cidadãos.

Pela primeira vez, a participar no acto de formação, Carlos Sapuile mostrou-se disponível para trabalhar em qualquer ponto, isto é, interior ou no exterior do país, por forma a que possa partilhar a sua experiênci­a e os conhecimen­tos adquiridos.

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EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Comissão Nacional Eleitoral está a realizar o recrutamen­to e selecção de candidatos à agentes eleitorais em todo o país

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