Pedro Gonçalves defende aposta no CAN e CHAN
Timoneiro dos Palancas Negras considera a Taça Cosafa uma competição apetecível, mas de nível diferente
O seleccionador dos Palancas Negras, Pedro Gonçalves, defendeu, na quarta-feira, em conferência de imprensa, a aposta na presença regular da Selecção Nacional de futebol de honras, no CAN e no CHAN, por considerar competições de níveis superiores às demais disputadas por Angola.
Falando na esteira da divulgação da lista de convocados, tendo em vista o "assalto" à fase de grupos da Taça Cosafa, o técnico português ao serviço do combinado nacional de honras esclareceu que, apesar de apetecível, o torneio regional a disputar-se em Durban, na África do Sul, de 5 a 17 de Julho próximo, é de nível diferente.
"A Taça Cosafa também é importante, mas enquadra-se num plano de desenvolvimento daquilo que são
os jogadores no panorama de competição interna, definido para que estejamos ao mais alto nível nas qualificações ao CHAN", disse.
Em seguida sustentou: "temos prioridades naquilo que são as competições. Mas, isso não nos diz que não estamos interessados em representar Angola da melhor forma na Cosafa, com grande sentido de missão e prestígio de estar a envergar a camisola. Sabemos que há competições de nível diferente. O CAN é
claramente a nossa competição principal. Num escalão etário abaixo, consideramos o CHAN e, por fim, a Taça Cosafa. Eventualmente havendo outras competições entrariam numa escala hierárquica a seguir", esclareceu.
Exposto isso, acrescenta, "não estou a dizer que não temos pretensões competitivas na Cosafa, mas também Angola está em conjunto com sete selecções neste grupo preliminar, pelo passado histórico, sendo que não esteve presente nas competições anteriores".
Vencer o grupo
Embora a estratégia definida seja a de preparar os jogadores para estarem ao mais alto nível no torneio do CHAN, torneio reservado aos atletas que evoluem nas competições domésticas, Pedro Gonçalves promete que o grupo vai encarar todos os jogos "com competitividade, objectivo de vencer", e no final, "com aposta na liderança do grupo", única posição que permitirá a Angola chegar aos quartos-de-final.
"Sabemos que Angola, pelos motivos que conhecemos, não pôde estar pres ente nas últimas duas edições da Taça Cosafa, mas agora há que encarar a realidade do momento. É uma competição apetecível, que vai proporcionar competição a estes jogadores, que desejam muito chegar à selecção de honras".
Adversários
Angola disputou a Taça Cosafa, pela última vez, na edição de 2018, curiosamente também disputada na África do Sul. No regresso, quis o destino que os Palancas Negras calhassem no Grupo (A) em que figuram duas selecções "desconhecidas" do combinado nacional: Ilhas Seychelles e Ilhas Comores.
No histórico de participações na prova regional, é a primeira vez que a selecção angolana vai medir forças com as duas selecções do arquipélago, sendo que apenas o Botswana entra nas estatísticas de confrontos dos Palancas Negras.
Nos quatro confrontos anteriores com o Botswana, o combinado nacional enfrentou dificuldades, tendo empatado dois e vencido um, em 2004, nos quartos-de-final, ano em que Angola conquistou o terceiro e último troféu na Cosafa. Já em 2018, os Palancas viriam a perder (2-1).
O Botswana tem um histórico de jogos com as Ilhas Comores, tendo o resultado se traduzido numa igualdade sem golos (0-0), na altura, em 2009, na fase de grupos. No mesmo ano, os tswaneses defrontaram as Ilhas Seychelles e venceram por 2-0. Já as Ilhas Comores e Seychelles têm dois encontros anteriores, com desfecho de uma vitória para o primeiro, por 2-1, em 2009, e empate (1-1), em 2018.
Angola, recorde-se, conquistou a Taça Cosafa em três ocasiões, nomeadamente em 1999, 2001 e 2004.