Boeng Tripleseven da TAAG inaugura a pista Sul do moderno aeroporto de Luanda
No final dos trabalhos, o Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto vai custar aos angolanos perto de seis mil milhões de dólares, sem incluir a empreitada que está a ser feita, para finalização da infra-estrutura
Do pontode partida e ao abrigo da frequência da Organização Internacional da Aviação Civil, foi codificado o FOX 90 Bravo Juliet, ou simplesmente FMBJ, com o BJ a indicar a área de Bom Jesus, como características técnicas e de segurança para o percurso do primeiro avião que aterrou, oficialmente, no Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto, ao município d e I c ol o- e - Bengo, e m Luanda, quando eram, precisamente, 13 horas de ontem (tempo de Angola).
Descodificado, trata-se do Flight DTE013, o Boeng Triple Seven ( B777) das Linhas Aéreas de Angola (TAAG), que teve como passageiros dezasseis tripulantes angolanos, liderados pelo comandante de bordo João Paulo Mendes e, assistidos pelo comandante Magalhães, primeiro-oficial Tiago Pinho e pela supervisora Iracelma Gomes.
Coincidentemente, o Boeing 777-300, que levantou voo no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro às 12 horas e 39 minutos, para um percurso de aproximadamente 40 quilómetros, leva o nome de Sagrada Esperança, o emblemático poema revolucionário de António Agostinho Neto.
Já em terra, o Tripleseven foi baptizado por dois carros dos Serviços de Protecção Civil e Bombeiros, para cum
primento de um ritual, habitual para cerimónias dessa natureza, como orientam as regras do sector de Aviação Civil.
Após a aterragem, seguiram-se outros momentos de pirotecnia, com a passagem de voos rasantes da Força Aérea Angolana (FAA), com aviões do tipo SU 30 e K8, estes últimos que lançaram fumaça com as cores da ban
deira nacional além de um outro espectáculo que teve uma dúzia de pára-quedistas que caíram de helicóptero.
O acto comemorativo foi esperado por muitos presentes, num total de 550, dos quais 300 membros da Comunicação Social, que garantiram total cobertura do evento. Entre os presentes estavam deputados, ministros de Estado, titulares do
poder Executivo, oficiais das forças de Defesa e Segurança, quadros do sector dos Transportes, incluindo membros da direcção do I NAVIC, ANAC, ENNA e SGA, além de representantes da sociedade civil do município de Icolo-e-bengo.
Outra presença destacável foi da viúva do primeiro Presidente da República, Maria Eugénia Neto, que valorizou
a “grande homenagem” que foi dedicada ao Dr. António Agostinho Neto.
Para o ministro dos Transportes, Ricardo d’abreu, o momento foi um passo decisivo para o processo de certificação da infra-estrutura, que deve entrar em completo funcionamento em Dezembro de 2023, altura que se pretende utilizar o aeroporto sem restrições. “O voo experimental marca, de agora em diante, o futuro da Aviação Civil em Angola e a história comum”, sublinhou.
Quanto à denominação do aeroporto, Ricardo d’abreu disse que “é uma j usta e merecida homenagem àquele que foi o primeiro Presidente de Angola, o Pai da Nação”,
que a conseguiu manter una e indivisível, fazendo dela “a trincheira firme da revolução em África”, rumo à autodeterminação e a independências no continente.
Retomando o ‘ Nosso Futuro’, lembrou que para “chegarmos aqui e encontrarmos esta infra-estrutura a ganhar forma definitiva e em fase já muito avançada de desenvolvimento, foi preciso ultrapassar com êxito algumas etapas cruciais e tomar decisões tão inovadoras quanto arrojadas”.
Lembrou que no primeiro despacho que teve com o Presidente da República, João Lourenço, foi orientado a concluir esse projecto e a dedicar especial atenção ao sector da Aviação Civil nacional, enquanto prioridades da acção do Governo em prol da diversificação da economia. Realçou que o país dispõe hoje de uma verdadeira Autoridade da Aviação Civil, a primeira entidade administrativa independente do sector, assim como de um quadro legal que se alinha com as orientações da Organização Internacional da Aviação Civil.