Jornal de Angola

Governo começa a electrific­ação de 13 municípios do Uíge

Programa contempla, numa primeira fase, oito municipali­dades do Uíge. O governador José Carvalho da Rocha, que lançou a empreitada, explicou que a falta de energia nalgumas regiões era dos maiores problemas que afectava a população

- Silvino Fortunato | António Capitão | Uíge

Pelo menos 13 municípios da província do Uíge começaram a ser electrific­ados, a partir de ontem, num esforço financeiro que vai custar 330 milhões de dólares norteameri­canos aos cofres do Estado angolano, para suportar a construção das linhas de transporte e de subestaçõe­s eléctricas, que acontece após o Presidente da República ter autorizado a despesa para o efeito.

O programa de construção, executado por duas empresas, contempla, numa primeira fase, a electrific­ação de oito municípios, cujo lançamento da primeira pedra foi efectuado pelo governador provincial do Uíge, José Carvalho da Rocha. O sistema vai levar luz eléctrica aos municípios do Bembe, Songo, Puri, Mukaba, Damba, Bungo, Kitexi e Ambuíla, bem como as aldeias que possuem uma concentraç­ão populacion­al consideráv­el.

Na mesma cerimónia, foram, também, rubricados os contratos que permitirão a construção da rede eléctrica e de outros serviços para a electrific­ação dos municípios de Kimbele, Kangola, Sanza Pombo, Milunga e Buengas, num acto que foi testemunha­do pelos membros do Governo Provincial, Conselho de Concertaçã­o Social, entidades religiosas e demais organizaçõ­es da sociedade uigense. A colocação da primeira pedra da empreitada vai acontecer, ainda, este mês de Junho.

O primeiro pacote, cujos contratos de empreitada e fiscalizaç­ão foram anteriorme­nte assinados, contempla três lotes de projectos de engenharia, fornecimen­to, construção, ensaios e operação assistida de projectos de linhas de transporte de electricid­ade, de 220 kv, 110kv, 60 kv e 30 kv, subestaçõe­s eléctricas com níveis de transforma­ção de 220/110/30kv, 110/60/30kv, 60/30kv, redes de baixa tensão e postos de transforma­ção.

Deverão ser também electrific­adas aldeias do município do Negage e Uíge no eixo Negage-piqui-calumbo, assim c omo as do ei xo Maquela do Zombo-kibocolo, numa empreitada que ao todo deve ser concluída entre 12 e 24 meses, segundo os termos contratuai­s, assinados com as empresas construtor­as, a que o Jornal deangola teve acesso.

Neste pacote consta ainda

a electrific­ação do município de Kitexe que deve integrar as sedes comunais e aldeias de Aldeia Viçosa, Vista Alegre e o posto fronteiriç­o na margem direita do rio Dange. Nos extremos Oeste e Norte da província, deverão beneficiar do mesmo programa os municípios e aldeias do Songo, Ambuíla, Bembe, Mukaba, Damba, Bungo e Púri.

O governador provincial do Uíge, José Carvalho da Rocha disse, em entrevista ontem ao Jornaldean­gola e à Angop,

que a província precisava resolver os grandes problemas que afligem as suas populações, destacando a extensão da electrific­ação aos demais 13 municípios da circunscri­ção.

“O que teremos é fruto de uma avaliação que fizemos sobre a província durante os primeiros meses da nossa governação aqui no Uíge, que visava identifica­r os verdadeiro­s problemas da região, relacionad­os com os sectores sociais, económicos e outros, em que verificamo­s que a

nossa terra precisava de começar a resolver um grande problema, que no futuro, muito breve, pode ajudar ao seu desenvolvi­mento”, disse.

Entre as várias questões identifica­das, o governador di s s e t er- s e f ocado no aumento da rede eléctrica para além dos municípios do Uíge, Negage e Maquela do Zombo, os únicos que recebem a corrente eléctrica das fontes universais, a partir das barragens de Kapanda e Laúca. Sanza Pombo tem 2.5 mega

wats, produzido por um grupo gerador, que abastece a vila.

Amplo projecto

O governador precisou que foram tratadas todas as questões administra­tivas, antes de começar a implementa­r o “amplo projecto de electrific­ação da província”, que permitirá, segundo assegurou, criar capacidade­s para a exploração das grandes potenciali­dades que o Uíge tem, em termos de desenvolvi­mento de projectos nas áreas da agricultur­a e exploração mineira, que começam a dar já alguns passos.

Considerou crucial e decisivo o apoio que a província recebeu do Presidente da República, João Lourenço, para o arranque do projecto de electrific­ação dos demais municípios. "O Presidente da República teve a sensibilid­ade necessária que permitiu as aprovações dos programas que nós pretendíam­os”, que facilitara­m o lançamento do concurso de adjudicaçã­o.

O governador provincial

do Uíge disse que uma das obrigações do concurso era que os participan­tes devessem mobilizar eles mesmos os financiame­ntos, em função dos termos de referência­s, bem como os financiame­ntos dentro dos parâmetros exigidos pelo Ministério das Finanças, que devem ter um tempo de maturidade de 15 anos, uma taxa de juro de três por cento e um prémio de 1 . 5%, que f oram as condições colocadas para que os concorrent­es pudessem participar.

José Carvalho da Rocha esclareceu que o programa de construção está estruturad­o em duas fases, contemplan­do o primeiro os oito primeiros municípios e a seguir a assinatura com as empresas que foram vencedoras dos concursos que vão electrific­ar os municípios dos Buengas, Milunga, Kimbele, Kangola e Sanza Pombo.

Disse que as linhas que l evam a eléctrica até ao município de Maquela do Zombo facilitarã­o o programa de construção, com a abertura de ramais. “Há serviços que serão imediatos porque j á existe alguma linha de transporte que sai do Uíge até Maquela do Zombo. Precisamos baixar essa linha para o Bungo, Damba e Mukaba, vão também tirar da subestação do Uíge para Kitexi, Vila Viçosa e Vista Alegre”.

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MAVITIDI MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO Projecto de electrific­ação vai deixar o Uíge cada vez mais iluminado a partir dos próximos tempos
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José Carvalho da Rocha, governador do Uíge

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