Governo começa a electrificação de 13 municípios do Uíge
Programa contempla, numa primeira fase, oito municipalidades do Uíge. O governador José Carvalho da Rocha, que lançou a empreitada, explicou que a falta de energia nalgumas regiões era dos maiores problemas que afectava a população
Pelo menos 13 municípios da província do Uíge começaram a ser electrificados, a partir de ontem, num esforço financeiro que vai custar 330 milhões de dólares norteamericanos aos cofres do Estado angolano, para suportar a construção das linhas de transporte e de subestações eléctricas, que acontece após o Presidente da República ter autorizado a despesa para o efeito.
O programa de construção, executado por duas empresas, contempla, numa primeira fase, a electrificação de oito municípios, cujo lançamento da primeira pedra foi efectuado pelo governador provincial do Uíge, José Carvalho da Rocha. O sistema vai levar luz eléctrica aos municípios do Bembe, Songo, Puri, Mukaba, Damba, Bungo, Kitexi e Ambuíla, bem como as aldeias que possuem uma concentração populacional considerável.
Na mesma cerimónia, foram, também, rubricados os contratos que permitirão a construção da rede eléctrica e de outros serviços para a electrificação dos municípios de Kimbele, Kangola, Sanza Pombo, Milunga e Buengas, num acto que foi testemunhado pelos membros do Governo Provincial, Conselho de Concertação Social, entidades religiosas e demais organizações da sociedade uigense. A colocação da primeira pedra da empreitada vai acontecer, ainda, este mês de Junho.
O primeiro pacote, cujos contratos de empreitada e fiscalização foram anteriormente assinados, contempla três lotes de projectos de engenharia, fornecimento, construção, ensaios e operação assistida de projectos de linhas de transporte de electricidade, de 220 kv, 110kv, 60 kv e 30 kv, subestações eléctricas com níveis de transformação de 220/110/30kv, 110/60/30kv, 60/30kv, redes de baixa tensão e postos de transformação.
Deverão ser também electrificadas aldeias do município do Negage e Uíge no eixo Negage-piqui-calumbo, assim c omo as do ei xo Maquela do Zombo-kibocolo, numa empreitada que ao todo deve ser concluída entre 12 e 24 meses, segundo os termos contratuais, assinados com as empresas construtoras, a que o Jornal deangola teve acesso.
Neste pacote consta ainda
a electrificação do município de Kitexe que deve integrar as sedes comunais e aldeias de Aldeia Viçosa, Vista Alegre e o posto fronteiriço na margem direita do rio Dange. Nos extremos Oeste e Norte da província, deverão beneficiar do mesmo programa os municípios e aldeias do Songo, Ambuíla, Bembe, Mukaba, Damba, Bungo e Púri.
O governador provincial do Uíge, José Carvalho da Rocha disse, em entrevista ontem ao Jornaldeangola e à Angop,
que a província precisava resolver os grandes problemas que afligem as suas populações, destacando a extensão da electrificação aos demais 13 municípios da circunscrição.
“O que teremos é fruto de uma avaliação que fizemos sobre a província durante os primeiros meses da nossa governação aqui no Uíge, que visava identificar os verdadeiros problemas da região, relacionados com os sectores sociais, económicos e outros, em que verificamos que a
nossa terra precisava de começar a resolver um grande problema, que no futuro, muito breve, pode ajudar ao seu desenvolvimento”, disse.
Entre as várias questões identificadas, o governador di s s e t er- s e f ocado no aumento da rede eléctrica para além dos municípios do Uíge, Negage e Maquela do Zombo, os únicos que recebem a corrente eléctrica das fontes universais, a partir das barragens de Kapanda e Laúca. Sanza Pombo tem 2.5 mega
wats, produzido por um grupo gerador, que abastece a vila.
Amplo projecto
O governador precisou que foram tratadas todas as questões administrativas, antes de começar a implementar o “amplo projecto de electrificação da província”, que permitirá, segundo assegurou, criar capacidades para a exploração das grandes potencialidades que o Uíge tem, em termos de desenvolvimento de projectos nas áreas da agricultura e exploração mineira, que começam a dar já alguns passos.
Considerou crucial e decisivo o apoio que a província recebeu do Presidente da República, João Lourenço, para o arranque do projecto de electrificação dos demais municípios. "O Presidente da República teve a sensibilidade necessária que permitiu as aprovações dos programas que nós pretendíamos”, que facilitaram o lançamento do concurso de adjudicação.
O governador provincial
do Uíge disse que uma das obrigações do concurso era que os participantes devessem mobilizar eles mesmos os financiamentos, em função dos termos de referências, bem como os financiamentos dentro dos parâmetros exigidos pelo Ministério das Finanças, que devem ter um tempo de maturidade de 15 anos, uma taxa de juro de três por cento e um prémio de 1 . 5%, que f oram as condições colocadas para que os concorrentes pudessem participar.
José Carvalho da Rocha esclareceu que o programa de construção está estruturado em duas fases, contemplando o primeiro os oito primeiros municípios e a seguir a assinatura com as empresas que foram vencedoras dos concursos que vão electrificar os municípios dos Buengas, Milunga, Kimbele, Kangola e Sanza Pombo.
Disse que as linhas que l evam a eléctrica até ao município de Maquela do Zombo facilitarão o programa de construção, com a abertura de ramais. “Há serviços que serão imediatos porque j á existe alguma linha de transporte que sai do Uíge até Maquela do Zombo. Precisamos baixar essa linha para o Bungo, Damba e Mukaba, vão também tirar da subestação do Uíge para Kitexi, Vila Viçosa e Vista Alegre”.