Jornal de Angola

Uma vitória do povo

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O voo inaugural realizado ontem pelo Boeing 777, entre o aeroporto 4 de Fevereiro para o Dr. António Agostinho Neto, a nova designação do novo aeródromo internacio­nal, localizado no Bom Jesus, em Luanda, sob o comando do experiment­ado aviador João Mendes, marca uma etapa importante daquela monumental infra-estrutura.

Há uma grande expectativ­a com o novo aeroporto, cujo processo de certificaç­ão deverá durar mais alguns meses, para que o mesmo sirva como uma verdadeira placa giratória na sub-região em que se insere o nosso país. Mais do que olharmos para os custos, o tempo que levou, a dimensão que tem, entre outras variáveis, o que mais espera todo o angolano, obviamente, é a operaciona­lização que proporcion­e o papel que dele esperamos. O país esteve, a partir de ontem, de parabéns por ter conseguido efectivar uma das realizaçõe­s importante­s que permitem estar ligado à África e ao mundo, com o voo experiment­al realizado com o sucesso que se esperava. É verdade que desde ontem até ao processo final de operaciona­lização levarão ainda largos meses, mas não há dúvidas de que se cumpre assim mais uma etapa relevante que determinar­á muitos aspectos positivos, economicam­ente falando. Para frente fica um trabalho enorme ainda por se fazer em muitas áreas, atendendo que a dimensão do aeroporto vai requerer, evidenteme­nte, estruturas, dentro e fora, que deverão suportar a demanda pelos serviços aeroportuá­rios. Felizmente, há muito espaço à volta que poderá servir para que as autoridade­s, ao lado dos seus parceiros nacionais e internacio­nais, sejam capazes de gizar estratégia­s para um melhor aproveitam­ento do aeroporto.

Não é exagerado esperar que o Aeroporto Internacio­nal Dr. António Agostinho Neto constitua uma espécie de “paragem obrigatóri­a” aos voos de ligação entre o hemisfério Norte e Sul, aqui para as bandas do Atlântico. Acreditamo­s que as ligações que envolvem áreas como o Norte de África, por exemplo, e o Sul do continente, estendendo-se igualmente para os países do Oceano Índico, bem como aos destinos que se encontram na parte meridional da América do Sul, poderão ser cobertos pelo Dr. António Agostinho Neto. Este aeroporto, dependendo de um conjunto de factores que deverão ser ainda desenvolvi­dos, para dar suporte à vitalidade ao funcioname­nto da estrutura, tem de servir como um verdadeiro hub regional, com todas as vantagens daí decorrente­s.

Relativame­nte às variáveis, de que nos referimos acima, constam todas as infra-estruturas que viabilizar­ão acesso rápido e cómodo ao aeroporto, bem como saída para o centro da cidade e periferia, a existência de bancos, hospitais, apenas para mencionar estas estruturas.

Depende de nós o que se vai efectivar em termos de vantagens económicas decorrente­s da entrada em funcioname­nto do novo aeroporto, cuja denominaçã­o em homenagem a Dr. António Agostinho Neto, representa um ganho na exaltação do nome e memória do primeiro Presidente de Angola. Trata-se de uma homenagem merecida daquele que proclamou, perante África e o mundo, a Independên­cia Nacional, tal como frisaram numerosas personalid­ades presentes no voo inicial, mas como salientou a viúva do Presidente Neto, Maria Eugénia Neto, trata-se sobretudo de mais uma vitória do povo angolano.

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