Pesca avaliada em USD 24 mil milhões
A maior parte dos Estados e operadores pesqueiros do continente não aufere das receitas do sector avaliadas em 24 mil milhões de dólares por ano, afirmou, ontem, em Abuja, Nigéria, a comissária da União Africana Josefa Sacko.
Ao falar num seminário consagrado ao papel das mulheres na economia azul, a comissária notou que, apesar de estas desempenharem um papel importante nos aspectos pós-colheita da cadeia de valor ( processamento, comercialização e venda) “muitas vezes, essa contribuição passa despercebida, pois é feita em escala de subsistência, na economia informal, ou é subvalorizada”.
As mulheres são a parte mais visível da exclusão que se regista no sector das Pescas do continente, não sendo tidas em conta nos níveis mais altos de tomada de decisão em torno da pesca, enfatizou.
O sector, apontou, é afectado de forma negativa pela sobrepesca, superexploração dos recursos, estruturas de governança fracas, acesso precário a dados, bem como desafios no domínio da capacidade técnica e infra-estrutura.
“Mais do que nunca, tornou-se relevante para o continente olhar para os seus mares, oceanos e águas interiores, não só para a segurança alimentar, mas, também, como um caminho para a conectividade, inovação, comércio e soluções baseadas
na natureza para os vários desafios que o planeta está a enfrentar”.
A embaixadora Josefa Sacko definiu a economia azul como um pil ar do desenvolvimento de África, mas alertou para que a actividade humana continua a pressionar os ocenaos, mares e águas, trazendo riscos como as mudanças climáticas que estão a tornar os mares mais quentes e ácidos, com impactos devastadores sobre ecossistemas e espécies sensíveis.
Além disso, a poluição plástica, bem como escoamentos agrícolas e industriais estão “sufocar” os ecossistemas aquáticos, fazendo parte dos males a que se afiguram desfavoráveis à economia azul no continente.