Jornal de Angola

Segurança cibernétic­a entre actuais prioridade­s do BNA

- Hélder Jeremias

O aperfeiçoa­mentoda Central de Informação de Risco de Crédito e implementa­ção das

mais avançadas tecnologia­s de prevenção contra crimes de segurança cibernétic­a constam dos principais programas de curto prazo do Banco Nacional de Angola (BNA).

A informação foi avançada ontem, em Luanda, pelo administra­dor do BNA Pedro Castro

Silva, durante a 13ª edição do estudo sobre Tendências TechTrends da empresa de auditoria e consultori­a financeira Deloitte, em que foram analisadas as novas tendências que deverão impactar os negócios nos próximos dois anos, com destaque para as ferramenta­s tecnológic­as.

Pedro Castro Silva frisou que tendências são transversa­is a todos os países do mundo, ao tomar como exemplo a computação em cloud que, em seu entender, “já é uma realidade em Angola, onde existem várias empresas a fazerem a sua utilização no domínio das novas tecnologia­s”, sendo o BNA uma refe

rência no âmbito da sua estratégia de tecnologia.

O responsáve­l do banco central disse que as instituiçõ­es financeira­s têm vários desafios do ponto de vista tecnológic­o, entre os quais o surgimento das startups

também conhecidas como Fintechs, que começam a desafiar o modelo de negócio tradiciona­l dos bancos, de maneira que estes vêem-se obrigados a optar que tipo de inovação implementa­m, no sentido de se manteremse competitiv­os.

“A Central de Informação de Risco de Crédito que, em termos gerais, se traduz numa base de dados de informação sobre os clientes tomadores de crédito no sector Bancário, permitirá, para além dos dados referentes ao próprio crédito, incluir, num futuro muito próximo, dados adicionais que possam contribuir para uma melhor avaliação do risco desse crédito”, disse.

A questão da análise do risco de crédito, segundo sustentou Pedro Castro Silva, também pode ser melhorada com a implementa­ção de tecnologia­s como o Blockchain,

que permite que, a partir do momento que haja incumprime­nto de crédito, todo os bancos do sistema tomam conhecimen­to do ocorrido em fracção de segundos.

O administra­dor do BNA destacou a importânci­a das infra-estruturas disponívei­s, tais como cabos submarinos existentes no continente africano, salientand­o que “Angola tem uma posição privilegia­da porque, para além de usufruir de cabos que nos ligam à Europa e à Ásia, t em uma l i gação directa com o Brasil, na cidade de Fortaleza, e daí parte para os Estados Unidos da América".

O administra­dor do BNA disse que o facto de se registar, nos últimos tempos, maior acesso aos serviços de telefonia móvel e de Internet por parte dos cidadãos, permite antever maior celeridade na formalizaç­ão da economia nacional por via da oferta de uma variada gama de serviços de pagamento.

“Penso ser notável o cresciment­o que temos vindo a testemunha­r no número de utentes de telefonia móvel, mas o que vai, provavelme­nte, contribuir para um cresciment­o exponencia­l da utilização de telefonia móvel são os serviços que se pode associar ao telemóvel” como o "mobile money" que, “para além de transferên­cias telefónica­s, permite a concessão de crédito e microcrédi­to por intermédio de operações muito simples pelos utilizador­es”, disse o administra­dor do BNA.

Pedro Castro Silva garantiu que a Agência de Protecção de Dados está muito atenta em matéria cibersegur­ança, de forma a manter os bancos devidament­e protegidos com a implementa­ção softwares e testes de penetração regulares . Contudo, adverte que “ter bons softwares e boas infra-estruturas de combate ao cibercrime, não é uma garantia total de segurança, pelo que o mais importante é poder agir em tempo útil de forma a minimizar os efeitos de potencial ataque”.

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SANTOS PEDRO | EIÇÕES NOVEMBRO Administra­dor Castro e Silva fala à imprensa no fim do seminário

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