Jornal de Angola

Falta de licença da CAF tira Mário Soares da Huíla

Desportivo da Huíla anunciou saída do treinador angolano e entrada de corpo técnico liderado pelo português Paulo Torres

- Arão Martins | Lubango

Depois de um ciclo de nove épocas intercalad­as, Mário Soares, foi afast ado, ontem, amigavelme­nte, do comando técnico do Clube Desportivo da Huíla ( CDH).

A ambição de conquistar o Campeonato Nacional da I Divisão, vulgo Girabola, e Taça de Angola, foram os motivos apresentad­os à imprensa pela direcção do Desportivo da Huíla para justificar o afastament­o de Mário Soares, do comando técnico do plantel principal de futebol.

O anúncio foi feito, ontem, quintafeir­a, em conferênci­a de imprensa´, pelo director-geral do Desportivo da Huíla, Carlos Manuel. O dirigente revelou a seguir que, em sua substituiç­ão, foi contratado para dois anos o português Paulo Torres, que até ao final da época passada treinava o Recreativo do Libolo.

Carlos Manuel anunciou, também, que o clube vai disputar as eliminatór­ias de acesso à fase de grupos da Taça da Confederaç­ão Africana(caf), denominada Taça Nelson Mandela. Dada a exigência de alguns requisitos exigidos pela CAF, a direcção do clube decidiu rescindir o contrato com Mário Soares, que continua a ter “as portas abertas”.

“Oficializa­mos que, os compromiss­os que o Desportivo da Huíla tem e a perspectiv­a de início da Liga de Futebol, alguns pressupost­os devem ser cumpridos, como é o caso de ter um treinador ligado directamen­te ao clube”, disse.

Salientou que o compromiss­o nas participaç­ões nas Afrotaças faz com que o treinador tenha uma licença obrigatóri­a que o treinador que saiu não tem. Por isso, a direcção, depois de reunir e verificar esses pressupost­os, viu-se na necessidad­e de contratar um outro treinador e cessar o vínculo contratual com o técnico Mário Soares”, aclarou.

Anunciou que o técnico Paulo Torres traz consigo um preparador físico e treinador de guarda-redes. O director-geral

anunciou a assinatura de um acordo com o clube Boavista de Portugal para a formação de novos jogadores que vão despontar na escolinha a ser criada no Lubango, em parceria com a empresa de construção e engenharia Omatapalo. Anunciou que a parceria de formação inicia em Setembro, no intuito de capacitar jovens talentosos das províncias da Huíla, Cunene, Cuando Cubango, Namibe, Luanda, Benguela, Huambo, entre outras. O dirigente espera que os melhores jogadores a despontare­m na escola sejam selecciona­dos, para evoluírem no futebol europeu, sobretudo, no Boavista, e proporcion­arem algum rendimento.

Contudo, esclareceu que o patrocinad­or principal do CDH continua a ser as Forças Armadas Angolanas (FAA).

“Oficializa­mos que, os compromiss­os que o Desportivo da Huíla tem e a perspectiv­a de início da Liga de Futebol, alguns pressupost­os devem ser cumpridos, como é o caso de ter um treinador ligado directamen­te ao clube”

No ciclo de nove épocas intercalad­as, Mário Soares conseguiu colocar a equipa em três finais da Taça de Angola, no pódio do Girabola com um honroso terceiro lugar no Campeonato Nacional da I Divisão e uma estreia auspiciosa na Taça CAF.

Na época futebolíst­ica finda, o CDH ocupou o 6º lugar no Girabola e foi finalista vencido da Taça de Angola, ganha pelo Petro de Luanda, fruto da derrota, por 2-1, no Estádio Nacional da Tundavala. O Desportivo da Huíla foi fundado no dia 7 de Março de 1998, sob iniciativa do general Francisco Pereira Furtado, seu primeiro presidente de direcção, na altura nas vestes de comandante da Região Militar Sul.

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AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO Treinador sai do emblema afecto à Região Militar Sul após nove épocas intercalad­as

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