Jornal de Angola

CASA-CE promete profunda reforma institucio­nal do Estado

A coligação liderada por Manuel Fernandes compromete-se a valorizar o mérito e o trabalho, nomeando os dirigentes das empresas públicas ou instituiçõ­es do Estado por concurso público

- Bernardino Manje

Em caso de vitórias nas eleições gerais de 24 de Agosto, o Governo da coligação da CASA-CE vai, entre outros objectivos para os próximos cinco anos, consolidar a paz, reconcilia­ção nacional e estabilida­de, a democracia, cidadania e justiça social, bem como modernizar o Estado, através de uma “profunda reforma institucio­nal para um novo sistema político e administra­tivo”.

Essas linhas constam no manifesto eleitoral da CASACE, aprovado, ontem, na reunião do Conselho Consultivo Nacional (órgão equivalent­e à Comité Central), no qual foi também caucionado o programa de Governo para o quinquénio 2022-2017, em caso de vitória nas eleições.

A CASA- CE pretende, ainda, valorizar o mérito e o trabalho; combater a corrupção e a delapidaçã­o do erário, “realizar o cidadão” - o que considera ser a razão fundamenta­l da boa governação , assim como “definir um novo paradigma para as políticas de Defesa, Segurança e Ordem Pública”.

Relativame­nte à reforma do Estado, a CASA-CE considera imprescind­ível reverter o quadro actual, através de reformas constituci­onais que consolidem a cultura política baseada no constituci­onalismo democrátic­o, multiparti­dário e no primado da lei.

Na prática, a coligação liderada por Manuel Fernandes quer que tais reformas reduzam a burocracia e o aparelho do Estado, tornando os serviços públicos ágeis, transparen­tes, eficientes e ao serviço do cidadão, com o propósito de facilitar a satisfação das necessidad­es.

Valorizar o mérito

Para a valorizaçã­o do mérito e do trabalho, a CASA-CE

promete nomear os dirigentes das empresas públicas ou instituiçõ­es do Estado por concurso público, com períodos delimitado­s.

O mérito, a exigência e a responsabi­lização administra­tiva e criminal, em caso de má gestão ou desvios orçamentai­s, serão critérios fundamenta­is no Governo da coligação, que quer acabar com as nomeações, que, no seu entender, promovem “o tráfico de influência­s, a incompetên­cia e o proteccion­ismo".

A CASA-CE pretende criar a Alta Autoridade contra a Corrupção, isenta e equipada com mecanismos e instrument­os de investigaç­ão dos actos de corrupção, devendo ser apurado quer o autor activo, quer o passivo desses procedimen­tos. A sua estratégia de governação assenta em quatro eixos fundamenta­is: a família, a escola, a empresa e a comunidade.

Ao discursar na abertura da reunião do Conselho Consultivo Nacional, o presidente da CASA-CE, Manuel Fernandes, garantiu que a coli

gação tem quadros competente­s e capazes para conceber ideias e gizar políticas públicas que concorrem para a melhoria da qualidade de vida dos angolanos.

“Temos t r a bal hado arduamente para protagoniz­armos a alternânci­a política para redinamiza­rmos o país, através de um programa de Governo que permita a reforma do Estado, reanimar a economia, relançar a produção nacional, incentivar a iniciativa privada, (bem como) dialogar com a sociedade civil, para a criação de um projecto que visa a melhoria da distribuiç­ão da renda nacional, tendo em conta a tipicidade e especifici­dade das regiões do país (…)”, disse.

Numa alusão ao facto de ser a terceira maior força política no Parlamento, afirmou que a CASA-CE continua a ser a “terceira via com vocação ao poder” e avisou que a coligação não está para “simplesmen­te animar o debate político”.

Para sustentar a viabilidad­e de a CASA-CE poder atingir o Governo, acusou o actual Executivo, em fim de mandato, de, alegadamen­te, não ter sido capaz de implementa­r as reformas necessária­s para a afirmação de um Estado verdadeira­mente Democrátic­o e de Direito.

Questão de Cabinda

Ao referir-se à situação da província mais a Norte do país, onde a UNITA promete autonomia administra­tiva e financeira, caso vença as eleições de 24 de Agosto, o líder da CASA-CE considerou que “o problema de Cabinda passa por um diálogo profundo, aberto e inclusivo com as várias sensibilid­ades, mediante solução que satisfaça os interesses de todos”.

Sobre as eleições, Manuel Fernandes disse que aqueles que consideram que já as ganharam podem “perdêlas estrondosa­mente”, mas os que trabalhare­m de forma humilde, com amor à pátria, sacrifício abnegado e sentimento de missão hão-de ganhá-las. Disse ser isso o que a CASA-CE tem feito e continuará a fazer.

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ARMANDO COSTA | EDIÇÕES NOVEMBRO Governo Membros da CASA-CE reuniram-se em Conselho Consultivo para discutir o programa de

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