Jornal de Angola

Vice-presidente exalta valorizaçã­o dos símbolos da resistênci­a

Durante uma visita ao antigo Comissaria­do da Província do Cunene, Bornito de Sousa disse que os escombros constituem um marco que traz à memória as diferentes etapas da invasão do território nacional pelas tropas da África do Sul

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O Vice- Presidente da Re p ú b l i c a e n a l t e c e u , ontem, em Ondjiva, a valorizaçã­o dos escombros do antigo Comissaria­do da Província do Cunene, como símbolo que perpetua a história da libertação dos países da África Austral.

Bornito de Sousa, que falava durante uma visita ao local, disse que os escombros constituem um símbolo que traz à memória as diferentes etapas da invasão do território nacional pelas tropas da África do Sul.

Sustentou que a classifica­ção destes escombros, por parte do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente, é uma medida acertada, que faz recordar tudo aquilo que o povo do Cunene teve que passar para que os irmãos da Namíbia e da África do Sul tivessem a independên­cia.

Destacou que há a necessidad­e de remodelar o espaço, com um formato atractivo, para permitir que seja um ponto de referência obrigatóri­a do turismo de guerra, a exemplo da Alemanha.

O Vice- Presidente da República, citado pela Angop, considerou a província do Cunene como referência de pontos de guerra da resistênci­a à ocupação colonial e sul-africana no país, sublinhand­o as Batalhas da Môngua e da Cahama.

Realçou ainda o projecto do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente em traçar o roteiro para definir os pontos onde foram travadas

diferentes batalhas, como a de Oshietekel­a e Cassinga.

Classifica­dos, através do Decreto Executivo nº 100/21, de 20 de Abril, os escombros, localizado­s por detrás da actual sede do Governo do Cunene, são um importante marco de Angola na luta transnacio­nal contra a segregação racial e social ( Apartheid) do então regime sul-africano.

A invasão sul-africana concretizo­u-se no Cunene a 23 de Agosto de 1981,

quando as Forças de Defesa e Segurança da África do Sul invadiram Angola, numa operação denominada Protela, e que obrigou a retirada da Administra­ção do Estado e deslocaram-se a Castanheir­a de Pêra (Huíla).

Esta i nvasão originou diferentes batalhas, com destaque para a do Môngua, Xangongo, Naulila, Shamut ete, Cuvelai, Tchipa e Calueque, que e l eva o Cunene a um símbolo da resistênci­a da luta pela Inde

pendência da Namíbia, em 1990, e a queda do regime do Apartheid na África do Sul, em 1994.

Homenagem ao Rei Mandume ya Ndemufayo

Durante a jornada de trabalho no Cunene, o Vice-presidente da República rendeu homenagem ao rei Mandume ya Ndemufayo, falecido a 6 de Fevereiro de 1917, com a deposição de uma coroa de folhas de Omufiati no seu túmulo.

Na ocasião, Bornito de Sousa recebeu explicaçõe­s do conselheir­o para as Relações Públicas e Cooperação do Reino de Oukwanhama, Bernardo Hilundilua, que abordou aspectos da constituiç­ão do Memorial de Resistênci­a contra a Ocupação Colonial Portuguesa no Sul de Angola.

Em declaraçõe­s à ANGOP, à margem da visita, o actual rei de Oukwanhama, Jeró

nimo Haleinge, reconheceu que a ida do Vice-presidente da República ao local revestese de um grande significad­o que traduz o respeito e valor pela cultura nacional.

Disse que vem ainda reconhecer a determinaç­ão do rei Mandume ya Ndemufayo, na resistênci­a contra a ocupação colonial, ao comandar os destinos do povo Kwanhama, nos períodos mais difíceis da história da região Sul, entre 1911 e 1917.

Esta invasão originou diferentes batalhas, com destaque para a do Môngua, Xangongo, Naulila, Shamutete, Cuvelai, Tchipa e Calueque, que eleva o Cunene a um símbolo da resistênci­a da luta pela Independên­cia da Namíbia, em 1990, e a queda do regime do na África do Sul, em 1994

Apartheid

Para enaltecer a figura do rei, o Executivo angolano construiu em 2000 um complexo t urístico, em sua memória, na localidade do Oihole, a 45 quilómetro­s da cidade de Ondjiva.

O Complexo Memorial do Rei Mandume foi inaugurado em 2002, pelo então Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, na presença do ex-presidente da Namíbia, Sam Nujoma.

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ANGOP O Vice-presidente considerou o Cunene como referência da guerra de resistênci­a à ocupação colonial e sul-africana no país

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