Jornal de Angola

Angola destaca condições de acessibili­dade para pessoas com deficiênci­a poderem votar

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A delegação angolana, que participou de 14 a 16 deste mês na 15ª Sessão da Conferênci­a dos Estados-parte da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiênci­a (COSP15), na sede da ONU, em Nova Iorque, destacou a criação de condições de acessibili­dade para que as pessoas com deficiênci­a possam, também, exercer o direito de voto de forma autónoma e sem qualquer auxílio nas eleições gerais marcadas para 24 de Agosto de 2022.

Chefiada pela representa­nte permanente da Missão de Angola junto da ONU, embaixador­a Maria de Jesus

Ferreira, em declaração submetida à sessão, na quintafeir­a, realça o enquadrame­nto das pessoas com deficiênci­a no Programa de Acção para a Promoção da Empregabil­idade, benefician­do de kits profission­ais e micro-créditos para o desenvolvi­mento de uma actividade geradora de renda, no seu acesso à habitação.

Ressalta, igualmente, os progressos alcançados nos últimos anos em relação à inclusão social das pessoas com deficiênci­a, com ênfase para o incremento dos transporte­s públicos com lugares reservados para cidadãos com deficiênci­a, aumento de Escolas Inclusivas e Escolas Especiais, centros de reabilitaç­ão física e de produção de próteses e órteses.

A declaração da delegação angolana refere, ainda, que o impacto da Covid-19 sobre os grupos vulnerávei­s da população angolana, inclusive das pessoas com defic i ê n c i a , exacerbou a s desigualda­des e aumentou a complexida­de da sua participaç­ão nos programas e planos contra a acção climática, na redução de risco de catástrofe­s, no acesso às tecnologia­s e no mercado de trabalho.

O mesmo documento da Missão Permanente junto da

ONU, a que o Jornaldean­gola teve acesso, informa que o Estado angolano estabelece­u uma parceria estratégic­a e, na medida da disponibil­idade, tem dado apoio financeiro e material, através do Orçamento Geral de Estado, à Federação Angolana das Associaçõe­s de Pessoas com Deficiênci­a, em cumpriment­o ao artigo 29º da Convenção, particular­mente àquelas que gozam do Estatuto de Utilidade Pública.

Outro resultado não menos importante, destacado pela delegação, consiste na formação de intérprete­s de Língua Gestual Angolana, pelo Instituto Nacional de Educação

Especial (INEE), e a Escola Nacional de Administra­ção Pública (ENAPP), assim como a inclusão da Língua Gestual nos programas da Televisão Pública de Angola.

Como objectivos futuros, acrescenta a declaração, o Executivo angolano, através do Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, começou a trabalhar na elaboração da Estratégia e Plano Nacional das Acções Integradas sobre Deficiênci­a, Plano Nacional de Acessibili­dades, Programa Nacional de Assistênci­a à Pessoa com Deficiênci­a e na elaboração do Programa Nacional de Inclusão da Pessoa com Deficiênci­a 2022-2027.

A 15ª sessão da Conferênci­a dos Estados-partes da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiênci­a (COSP15) teve como tema central “Construind­o sociedades participat­ivas e inclusivas para pessoas com deficiênci­a no contexto da

Covid” e contemplou painéis interactiv­os sobre inovação e tecnologia, avançando os direitos das pessoas com deficiênci­a, bem como o empoderame­nto económico e empreended­orismo de pessoas com deficiênci­a, além da participaç­ão na acção climática, redução do risco de desastres e resiliênci­a contra desastres naturais.

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DR Maria de Jesus Ferreira

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