Empreendimentos ecológicos são projectados para a costa marítima
Filipe Zau anuncia no fim do 2º Conselho Consultivo do pelouro, em Benguela, acções que associam componentes económicas e ambientais como parte da estratégia para elevar a participação do sector no processo de diversificação
Empreendimentos turísticos construídos com materiais reciclados, principalmente plástico, são implantados ao longo da costa angolana, no quadro de um projecto do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente (MCTA) anunciado pelo titular do pelouro, Filipe Zau, na sextafeira, em Benguela.
O ministro f alava no encerramento do 2º Conselho Consultivo Alargado do MCTA que desde quinta-feira se realizava naquela cidade,
para discussões subordinadas ao tema “Cultura, Turismo e Ambiente na Emergência de uma Economia Circular”.
O governante apontou o turismo como um dos maiores recursos da diversificação da economia, o que tem mobilizado o pelouro em acções preparatórias como a aprovação do pacote legislativo para o referido sector.
Isso inclui, também, operações concretas como a criação de condições para a instalação de um centro laboratorial de reutilização de resíduos, no âmbito da economia
circular, onde, para além das áreas do ministério, outros sectores da vida económica e social vão participar.
Contam- se, ainda, as construções ecológicas previstas para a costa angolana e o lançamento, em Angola e no estrangeiro, da campanha de promoção do turismo denominada “Juntos e todos pelo Turismo”.
Como parte desta última acção, o Infotour-cabinda vai ser transformado num centro de formação técnicoprofissional para atender à região Norte do país, mesmo
pela percepção institucional de que a capacitação profissional nesta área é bastante deficitária para as ambições do MCTA de inserção do t urismo no processo de diversificação da economia e da empregabilidade.
Filipe Zau considerou que esses projectos fazem jus à eleição de Angola para vicepresidente do Comité de Turismo e Sustentabilidade da Organização Mundial do Turismo (OMT).
No domínio do Ambiente, salientou o arranque de acções de resiliência para mitigar os impactos da seca, com projectos de dessalinização da água, enquanto decorrem estudos aprofundados para implementar outras acções de luta contra o plástico na costa marítima, dados os seus efeitos nefastos na fauna e flora angolana, bem como para o fomento do turismo.
O ministro insistiu em que, à luz dessa matéria, foram aprovados instrumentos jurídicos, como o Estatuto Orgânico do Instituto Nacional da Biodiversidade e Conservação, a Estratégia Nacional para as Alterações Climáticas 20222035, Estatuto de Educação Ambiental 2022-2050, assim como o Regulamento sobre os Espaços Verdes.
Foi, ainda, actualizada a Comissão Nacional para as Alterações Climáticas e Biodiversidade, bem como o Observatório Climático, estando prevista a conclusão do processo de regulamentação da Lei das Áreas de Conservação Ambiental, o Regime de Trabalho dos Funcionários e Fiscais das Áreas de Conservação Ambiental e o seu estatuto remuneratório.
Filipe Zau incluiu nessas realizações a projecção, em curso, de um modelo de gestão dos parques com a parceria da Organização Não-governamental African Parks, para a gestão partilhada dos parques do Iona, Luengue-luiana e Mavinga.
Está projectada a actualização dos acordos de cooperação com as universidades, para viabilizar a participação dos funcionários em cursos de mestrado em Planeamento e Gestão Ambiental, bem como em Ciências da Comunicação, Marketing e Publicidade, visando um melhor desempenho laboral.
A isso está associada uma reestruturação anunciada nessa mesma ocasião pelo ministro, para tornar o departamento ministerial numa estrutura “mais simples, ágil e menos complexa do ponto de vista da organização e gestão”, de modo a que se adapte “às rápidas mutações que se processam a nível mundial” e consiga concluir os projectos adoptados.