“UEA vai congregar mais os escritores”
A nova temporada da Maka à Quarta-feira da UEA arrancou no dia 1 de Junho, Dia Internacional da Criança, em Cacuaco, com a criação da Tenda do Escritor e a interacção dos escritores John Bella, Yola Castro e Zullini Bumba com as crianças da comunidade local. O tema da conversa foi “Os benefícios da leitura na infância”. Seguiu-se no dia 8 de Junho, no âmbito do centenário do Poeta Maior a maka “O legado de Neto analisado sob o viés filosófico, político, histórico e literário”, em que os principais intervenientes foram José Bembo, crítico literário e Justo Muangunga, docente universitário.
Na última quarta-feira, a maka, bastante concorrida, foi o colóquio “A PIDE na rota de António Agostinho Neto” em que os conferencistas foram Edmira Cariango Manuel, licenciada em Língua e Literatura Portuguesa e o pesquisador Domingos Cardoso Martins. Na ocasião, o presidente da mesa da Assembleia Geral da UEA, Lopito Feijó, entregou a Maria Eugénia Neto um certificado de reconhecimento do seu papel na vida do poeta e político Agostinho Neto e na instituição Literatura Angolana. No mesmo dia, após a Maka, o secretário-geral da UEA David Capelenguela recebeu das mãos de Luisinda Caetano e de Anete Caetano um quadro a óleo do célebre pintor moçambicano Noel Langa, oferecido pelo próprio à União dos Escritores Angolanos. Luisinda Caetano e Anete Caetano são descendentes do jornalista e escritor angolano Mafrano, cujo livro “Os Bantu na visão de Mafrano” foi recentemente publicado pela família. Ambas estiveram em Maputo de 24 a 27 de Maio a convite da Associação de Escritores Moçambicanos para participar na primeira conferência internacional sobre o centenário do poeta José Craveirinha.
Nguimba Ngola, o novo responsável das Actividades Culturais da UEA falou ao Jornal deangola sobre os projectos que tem para dinamizar o sector chave da associação de escritores. Ei-lo em discurso directo.
A Maka à Quarta-feira é uma das principais marcas da UEA. Serão introduzidas inovações na sua realização?
Poderão surgir inovações. Vamos por ora dinamizá-la cada vez mais, levar a Maka a outros espaços geográficos.
Historicamente os estudantes são o público mais regular das makas. O que se pretende fazer para aumentar o público interessado?
Vamos propor temas que toquem em muitos dos problemas que afectam os estudantes, encetar acções de proximidade junto de escolas e universidades.
Como é que os temas e os palestrantes chegam a Maka à Quarta-feira? A escolha dos temas e dos palestrantes é da inteira exclusividade da direcção da UEA ou há a possibilidade de qualquer indivíduo proporse a abordar este ou aquele tema?
A direcção da UEA tem a liberdade de propor os temas e palestrantes. No entanto, seremos sempre bons ouvidos para permitir, principalmente aos membros da União e demais indivíduos proporem temas de discussão na Maka.
Existem temas tabu, difíceis ou impossíveis de serem introduzidos numa Maka?
Maka que é maka deve ser abordada, discutida, analisada. Abordaremos todos os temas possíveis e que se enquadrem naquilo que são os objectivos gerais da UEA.
Há quem proponha a transferência das makas para o sábado, tendo em conta a eventual maior disponibilidade dum público mais alargado. Concorda com essa sugestão?
Alguns membros da UEA pensam dessa forma.
A vir a ser assim, ao invés de Maka à Quarta-feira será Maka ao Sábado. É um assunto a ponderar.
As actividades culturais certamente não se vão resumir às makas. Que outros projectos ou programas a UEA se propõe realizar?
A Maka é a tradição. Realizaremos outros projectos. Reativaremos o projecto UEA Portas Abertas, o projecto Tertúlia com o Escritor, que visará o incentivo aos membros da UEA a frequentarem a Casa. Seminários, oficinas e cursos serão outras actividades. Queremos ainda realizar conferências, mesas- redondas, feiras e projectos de leitura pública.
Quais são os grandes desafios que o Nguimba Ngola, enquanto responsável das Actividades Culturais da UEA, propõe a si próprio e aos seus confrades?
Proponho-me ao desafio de, com as actividades culturais, conseguir congregar cada vez mais os escritores angolanos e por essa via permitir que cada vez mais sejam conhecidas as suas criações literárias. Aos confrades, o desafio de fazermos da UEA uma verdadeira união de escritores, pensantes, criativos e humanistas.