Jornal de Angola

Executivo e ACNUR preparam regresso organizado dos refugiados

- Victorino Matias I Lóvua

Estão criadas as condições para se evitar constrangi­mentos durante o retorno voluntário dos cidadãos, sobretudo no que diz respeito aos certificad­os internacio­nais das vacinas de Covid-19 e da Febre Amarela.

O Executivo angolano e o Alto-comissaria­do das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) estão a preparar as condições para o retoma do processo de repatriame­nto organizado e voluntário de mais de 600 refugiados da República Democrátic­a do Congo (RDC) abrigados no assentamen­to do município do Lóvua, província da Lunda-norte.

A informação foi prestada, ontem, pelo chefe do escritório do ACNUR na Lunda-norte, Chrispus Tebid, referindo que dos 7.012 refugiados que estão no assentamen­to do Lôvua, a maioria já manifestou o desejo de regressar.

O responsáve­l que falava durante as celebraçõe­s do Dia Mundial do Refugiado, assinalado ontem, referiu que a exemplo do ano 2019, o Governo angolano e o ACNUR querem ver criadas as melhores condições em termos de segurança, para a retoma do repatriame­nto organizado e voluntário dos refugiados.

No acto, testemunha­do pela vice-governador­a para o sector Político Social e Económico da Lunda-norte, Deolinda Vilarinho, o chefe do escritório do ACNUR lembrou que em 2019 , um grupo de 14.757 refugiados decidiu regressar de forma espontânea à República Democrátic­a do Congo, tendo em conta a estabilida­de política na região do Kassai.

Além disso, fruto do acordo tripartido, assinado em Agosto do mesmo ano, entre os governos de Angola, da RDC e o ACNUR, três meses depois deu-se início ao processo de repatriame­nto voluntário e organizado.

Em 2020, o repatriame­nto

foi suspenso, devido ao encerramen­to das fronteiras terrestres de Angola com a RDC, na sequência das medidas de prevenção à pandemia da Covid-19.

O número de retornados tende a aumentar desde 2021, para cerca de 71 por cento, disse Chrispus Tebid.

Todas as condições estão a ser criadas para se evitar constrangi­mentos durante o processo de retorno voluntário dos cidadãos ao país de origem,

sobretudo no que tem a ver com os certificad­os internacio­nais das vacinas de Covid19 e da Febre Amarela.

“Neste momento, o que nos preocupa é o estado da ponte sobre o rio Kassai que não se encontra em melhores condições para se efectuar o trânsito em segurança e comodidade, daí a necessidad­e das autoridade­s governamen­tais repararem o mais rapidament­e possível”, referiu.

O responsáve­l explicou

que os refugiados foram incluídos em projectos agrícolas e de comércio rural, num programa enquadrado no âmbito de geração de renda das famílias, desenvolvi­do pela instituiçã­o em colaboraçã­o com outros parceiros do ACNUR.

Fez saber que a Agência das Nações Unidas para os Refugiados apoia com sementes agrícolas e assistênci­a técnica e quando possível, no escoamento dos produtos.

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AGOSTINHO NARCISO | EDIIÇÕES NOVEMBRO A pandemia da Covid-19 interrompe­u o processo de repatriame­nto iniciado em 2019

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