Executivo e ACNUR preparam regresso organizado dos refugiados
Estão criadas as condições para se evitar constrangimentos durante o retorno voluntário dos cidadãos, sobretudo no que diz respeito aos certificados internacionais das vacinas de Covid-19 e da Febre Amarela.
O Executivo angolano e o Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) estão a preparar as condições para o retoma do processo de repatriamento organizado e voluntário de mais de 600 refugiados da República Democrática do Congo (RDC) abrigados no assentamento do município do Lóvua, província da Lunda-norte.
A informação foi prestada, ontem, pelo chefe do escritório do ACNUR na Lunda-norte, Chrispus Tebid, referindo que dos 7.012 refugiados que estão no assentamento do Lôvua, a maioria já manifestou o desejo de regressar.
O responsável que falava durante as celebrações do Dia Mundial do Refugiado, assinalado ontem, referiu que a exemplo do ano 2019, o Governo angolano e o ACNUR querem ver criadas as melhores condições em termos de segurança, para a retoma do repatriamento organizado e voluntário dos refugiados.
No acto, testemunhado pela vice-governadora para o sector Político Social e Económico da Lunda-norte, Deolinda Vilarinho, o chefe do escritório do ACNUR lembrou que em 2019 , um grupo de 14.757 refugiados decidiu regressar de forma espontânea à República Democrática do Congo, tendo em conta a estabilidade política na região do Kassai.
Além disso, fruto do acordo tripartido, assinado em Agosto do mesmo ano, entre os governos de Angola, da RDC e o ACNUR, três meses depois deu-se início ao processo de repatriamento voluntário e organizado.
Em 2020, o repatriamento
foi suspenso, devido ao encerramento das fronteiras terrestres de Angola com a RDC, na sequência das medidas de prevenção à pandemia da Covid-19.
O número de retornados tende a aumentar desde 2021, para cerca de 71 por cento, disse Chrispus Tebid.
Todas as condições estão a ser criadas para se evitar constrangimentos durante o processo de retorno voluntário dos cidadãos ao país de origem,
sobretudo no que tem a ver com os certificados internacionais das vacinas de Covid19 e da Febre Amarela.
“Neste momento, o que nos preocupa é o estado da ponte sobre o rio Kassai que não se encontra em melhores condições para se efectuar o trânsito em segurança e comodidade, daí a necessidade das autoridades governamentais repararem o mais rapidamente possível”, referiu.
O responsável explicou
que os refugiados foram incluídos em projectos agrícolas e de comércio rural, num programa enquadrado no âmbito de geração de renda das famílias, desenvolvido pela instituição em colaboração com outros parceiros do ACNUR.
Fez saber que a Agência das Nações Unidas para os Refugiados apoia com sementes agrícolas e assistência técnica e quando possível, no escoamento dos produtos.