Formação de jovens em diplomacia preventiva pode conter os conflitos
Os líderes dos países da região devem tomar esta possibilidade como um desafio, dentro de uma acção proactiva no quadro da preparação da juventude para o mercado de trabalho, principalmente em matérias ligadas à diplomacia
O ministro das Relações Exteriores, Téte António, considerou, ontem, em Luanda, ser necessário acelerar a formação dos jovens da Região dos Grandes Lagos, com conhecimentos sólidos em matéria da diplomacia preventiva, para se conter os conflitos que surgem nos países desta região africana.
Téte António falava na sessão de abertura do seminário sobre Ensino Superior e Segurança Humana para a Região dos Grandes Lagos, que decorreu nas instalações do Ministério das Relações Exteriores. "A procura de soluções duradouras para os conflitos na região dos Grandes Lagos é primordial no âmbito da diplomacia preventiva, procurando-se, desta forma, dar-se formação à juventude", sublinhou.
Referiu que este desafio é colocado aos líderes dos países da Região dos Grandes Lagos, havendo necessidade, por isso, de se ser proactivo na preparação da juventude para o mercado de trabalho, principalmente em matérias ligadas à diplomacia. O ministro Téte António considerou ser necessário que a região desenvolva estratégias capazes de criar oportunidades económicas com o objectivo de reorientar a educação e os sistemas de treinamento, baseados em conhecimentos, competências, habilidades, inovação e criatividade, no âmbito do desenvolvimento harmonioso e sustentável a nível nacional e continental.
"Devemos fazer mais para
a nossa juventude, por ser a riqueza mais importante dos nossos países. A nossa região não será estável, segura e desenvolvida se a juventude for deixada para trás", realçou, tendo sublinhado que, como região, é necessário criar-se programas que visem a promoção de uma cultura de inovação e de valores patrióticos.
Segundo Téte António, a Região dos Grandes Lagos conta, actualmente, com sete milhões de estudantes no sistema de ensino superior, inscritos nas ciências e tecnologias, engenharias e matemáticas, e que, no total, são menos de 20 por cento. É necessário, continuou, que
as estatísticas sejam melhoradas, e que a situação, para o caso das meninas, apresenta-se ainda pior.
"Devemos agir rápido e com qualidade como região para incluir e providenciar maiores oportunidades para as mulheres, especialmente as cientistas, e acelerar a matrícula das raparigas nas ciências, tecnologias, engenharias e matemáticas", referiu.
O ministro das Relações Exteriores, Téte António, garantiu aos presentes que a iniciativa de melhorar o ensino para os jovens na Região dos Grandes Lagos vai continuar sob liderança do Presidente João Lou
renço, na qualidade de Presidente em exercício da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL).
Acrescentou que outras iniciativas, viradas à promoção da educação para a juventude na região, vão continuar, desenvolvendo-se acções no âmbito das jornadas desportivas, festivais de cultura e artes, onde os povos se encontram e desenvolvam saberes e procedam ao intercâmbio de técnicas e outros conhecimentos. "Do intercâmbio entre povos também poderá ocorrer no domínio do empreendedorismo", concluiu o ministro Téte António.