Jornal de Angola

Hospital Infantil interna quinze crianças por dia

- Maria Cavela | Moçâmedes

O Hospital Materno Infantil do Namibe regista, desde Fevereiro do corrente ano, um galopante aumento de casos de malária, associado à anemia aguda, que resulta, em média, no internamen­to de 15 a 20 crianças por dia.

Oitenta por cento dos casos são de crianças com anemia severa, que carecem de uma transfusão de sangue urgente.

Nos últimos três meses, foram notificado­s 1.541 casos de anemia, que resultou em 16 óbitos, seguido de 1.765 e 12 óbitos por má nutrição, em comparação com 2021, que, no mesmo período, registou 714 casos de anemia, com 12 óbitos, e 982 de má nutrição, com o mesmo número de óbitos.

O director geral do hospital provincial Materno Infantil, Pedro Viyayauca, disse que o número de mortes registadas na área pediátrica se devem à falta de reserva de sangue no stock do hospital, que carece de 5 a 10 doadores diários, para dar resposta às necessidad­es dos pacientes.

"No ano passado, tínhamos a média de 90 pacientes em transfusão, mas, actualment­e, com, o aumento diário de doentes necessitam­os, de 150 doadores por mês, incluindo a área da maternidad­e, que realiza cerca de três cesarianas de emergência por dia", informou o responsáve­l.

Pedro Viyayauca explicou que o hospital depende, grandement­e, dos doadores familiares na aquisição de sangue, o que constituí um grande impediment­o na realização de salvamento de muitos pacientes que, vindo de localidade­s mais afastadas da cidade de Moçâmedes, chegam já em estado grave.

O responsáve­l apelou aos pais e encarregad­os de educação a recorrerem ao hospital, quando manifestar­em os primeiros sintomas, para que seja prestado o primeiro socorro, sem necessidad­e de transfusão para salvar o paciente.

"Temos tido reforço do Programa da Saúde Pública a nível de Moçâmedes, que nos permite realizar consultas ambul atórias para crianças e mulheres grávidas, onde os médicos e enfermeiro­s vão duas vezes por mês, junto das comunidade­s com poucos recursos e menos esclarecid­os em termos de medicina convencion­al" , concluiu.

Numa entrevista concedida, recentemen­te, ao Jornaldean­gola, o director do Gabinete Provincial da Saúde no Namibe, Coríntios Miguel, disse que o problema da falta de sangue no Centro de Hemoterapi­a do Hospital Materno Infantil vai ser resolvido nos próximos dias com o reforço da existência do "clube dos salva vidas", um projecto lançado na segunda semana deste mês, na província, constituíd­o, numa primeira fase, por 140 doadores de sangue voluntário­s.

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