CARTAS DOS LEITORES
Construções anárquicas
Vivo no município dos Ramiros em Luanda. Escrevo para a página de leitor do Jornal de Angola pela primeira vez para falar sobre arborização das nossas ruas, ruelas, largos e espaços com jardins. Há um défice de arborização em Luanda e sobretudo nos bairros periféricos que importa perguntar o que é que se passa com as nossas comunidades, quando antigamente era raro percorrer longas distâncias sem encontrar uma árvore. Mas é essencialmente sobre a falta de sombras nas paragens de autocarros e táxis em geral, onde é suposto as pessoas ficarem largas horas à espera de meios rolantes para os levar aos destinos pretendidos. Há necessidade de construir alpendres para acomodar os munícipes ou eventualmente de se plantar árvores frondosas junto destes espaços para que a espera do próximo meio de transporte seja cómoda. Embora estejamos prestes a entrar para a fase de frio, importa que reflictamos um pouco sobre as condições em que temos as nossas comunidades desprovidas de árvores, hoje tida como uma necessidade existencial em todo o mundo, a julgar pelas alterações climáticas. E mesmo em tempo de chuva, paragens devidamente acomodada com alpendres ajudam muito em época chuvosa porque com elas as pessoas conseguem mais facilmente subir e descer do autocarro sem correr risco de se molharem por completo. Acho que, as administrações têm a competência de solicitar/sugerir ao Executivo para realizar projectos de construções de sombras em todas as paragens de autocarros da cidade de Luanda. Por exemplo, tenho visto muitas pessoas que ficam no término do Capalanga em Viana, suportando o sol e chuva, porque não há nenhum lugar para se esconder, salvo debaixo da chamada "ponte amarela".
ANTÓNIO MOREIRA
Ramiros
Construções anárquicas
Vivo no Cazenga e escrevo para o Jornaldeangola para falar sobre o desordenamento das construções, uma realidade que não existe apenas nos chamados bairros tradicionais de Luanda, os mais antigos, se quisermos, mas que começa a fazer parte das novas urbanizações. E cabe aqui falar sobre os novos bairros em que infelizmente surgem as chamadas construções anárquicas, muitas vezes sem razões aparentes, atendendo ao facto de inicialmente existir alguma organização. Neste espaço dos leitores do Jornalde Angola, vou abordar as situações vividas por mim na localidade do Distrito Urbano do Zango, nomeadamente o surgimento de construções anárquicas que estão a provocar o estreitamento de várias ruas do município de Viana. E esta realidade, como sucede na maioria dos casos, vai acabar por dar origem aos becos, ruelas e entradas sem saída, um fenómeno que contribui para a proliferação da criminalidade, para a redução da qualidade de vida e da precariedade. Agora, na referida área, o surgimento de construções anárquicas é uma realidade, cada vez mais incontornável. O mesmo cenário se vê quase em todo o lado, tornandose numa espécie de moda que até hoje não há quem esteja interessado em travar o quadro. Quero apelar às autoridades para tomarem medidas para evitar que as pessoas continuem com a prática de construções desordenadas, mesmo naqueles locais em que haja ou não autorização.