Auditório Pepetela acolhe 4ª edição do projecto
A quarta edição do projecto “Há Jazz no Camões” realiza-se amanhã, às 18h00, no auditório Pepetela, do Centro Cultural Português, em Luanda, numa iniciativa do crítico e divulgador Jerónimo Belo, em parceria com o Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, assim como o apoio de diversos organismos e empresas.
De acordo com Jerónimo Belo, esta actividade visa dar voz a instrumentistas e vocalistas angolanos já tocados pelo jazz e pela arte da improvisação musical, conseguir palcos que possam acolher instrumentistas e cantores
competentes e cumpridores, cujo trabalho enriquece o corpo central dessa música afro-americana.
O jazz, disse o estudioso, “é música do mundo e representa, provavelmente, a maior contribuição africana à cultura mundial”.
O projecto, segundo o mentor, procura afirmar-se, apesar deste tempo de enorme adversidade e incerteza, “afirmar-se lutando contra o que é falsamente popular que aliena o gosto e destrói o sentido crítico”.
A sessão de amanhã vai apresentar uma novidade: a inclusão do violino no Jazz praticado em Angola! A banda será dirigida pelo pianista Dimbo Makiesse, jovem com vários anos de estrada, admirador dos mestres do teclado: Herbie Hancock, o cubano Gonzalo Rubalcaba, e os eternos Oscar Peterson e Art Tatum.
Os seus companheiros de criação, King Jaime, baixo eléctrico, Jackson Nsaka, bateria, são músicos experientes, com ouvidos apontados ao futuro. Vai estar
presente o jovem saxofonista
Sansão Lukeni, admirador confesso de Charlie Parker. Juntou-se recentemente à banda criada pelo pianista Dimbo Makiesse, em 2018, Ismael Suama, Kaluanda.
Os jovens músicos que se apresentarão no Camões talvez se encontrem, como disse Jerónimo Belo, “numa enorme encruzilhada, numa grande teia de tipologias musicais, talvez não saibam ainda qual será o caminho a seguir, o próximo passo, mas, definitivamente, sabem bem que caminhos e estradas e percursos a evitar, por onde não devem seguir.
A agenda para esta 4ª edição de “Há Jazz no Camões” inclui um excerto de um concerto, filmado na Europa, do trompetista americano Miles Davis (1926-1991). O ciclo derradeiro do genial trompetista exigia a cumplicidade do olhar.
O concerto será antecipado de um curto áudio sobre a História do Jazz; da escravatura à cidadania.
No decurso deste evento, será prestado um tributo ao músico, crítico, e produtor de Jazz Paulo Gil (1937-2022).
Além da inovação do violino e porque o “Jazz é o som da surpresa e a música da eterna expectativa”, como sublinhou o estudioso, haverá provavelmente a magia do Jazz cantado… Os ingressos para o concerto custam três mil kwanzas.
A primeira edição de “Há Jazz no Camões” decorreu em Luanda de 23 a 31 de Outubro de 2013, sob o lema: “O Jazz em vários contextos”.
As sessões de “Há Jazz no Camões” permitiram que se conhecesse melhor a magia do jazz cantado. E Aylasa em 2019, apoiada pelo Etokeko Jazz, de Nino Jazz, e Diana Cabango em 2020.