Jornal de Angola

Nzeto quer ser ponto turístico de referência

Jornaldean­gola,

- Victor Mayala | Nzeto

No seu percurso, o antigo Ambrizete registou avanços e recuos, do ponto de vista de desenvolvi­mento económico e social. O administra­dor municipal, Augusto Tiago, fez, ao um resumo da realidade actual do município

O município do Nzeto, com uma superfície de 10.120 quilómetro­s quadrados, possui condições excelentes para a produção de citrinos, mandioca, milho, ginguba, batatadoce e feijão

Iniciativa­s privadas

A vila piscatória do Nzeto assinala, hoje, 88 anos de existência. Nzeto é a sede de um dos seis municípios da província do Zaire, com o mesmo nome, elevada à categoria de vila através do Decreto nº 601, de 23 de Junho de 1934.

No percurso dos seus 88 anos, o antigo Ambrizete registou avanços e recuos, do ponto de vista de desenvolvi­mento económico e social. O administra­dor municipal, Augusto Tiago, fez, ao Jornal deangola, um resumo da realidade actual da região, tendo destacado os principais ganhos alcançados nos últimos anos, fruto de alguns investimen­tos realizados, à luz de vários programas gizados, quer pelo governo provincial, quer pelo central.

“Temos um município que deu um salto muito grande nos últimos anos, se compararmo­s com os tempos passados. Temos energia eléctrica da rede nacional, que considero ser um grande ganho para o desenvolvi­mento do município. A estrada que liga o município à capital do país, Luanda, é boa”, referiu.

Augusto Tiago lembrou q ue decorrem, neste momento, as obras de construção do sistema de abastecime­nto de água potável, que vai, em definitivo, acabar a carência deste precioso líquido vivida a nível da vila e bairros periférico­s.

O sistema de abastecime­nto de água, disse, deverá ser composto por um reservatór­io apoiado de 1.700 metros cúbicos, dois outros reservatór­ios elevados de 500 metros cúbicos e uma estação de captação e tratamento, prevendo-se, como isso, efectuar cinco mil ligações domiciliar­es.

“O problema de abastecime­nto de água potável vai ser resolvido. Penso que temos um município com mais esperança num futuro melhor. Temos uma série de projectos em carteira, uns em execução, como são os casos da construção, aqui na sede municipal, de uma escola de 12 salas de aula e

uma outra na localidade de Quimacucu, comuna de Quibala Norte, no âmbito do

Plano Integrado de Intervençã­o nos Municípios”, disse.

Acrescento­u que, decorrem, igualmente, as obras de construção das instalaçõe­s da administra­ção, do posto policial e de uma escola de sete salas na comuna de Quibala Norte, tendo adiantado que, nos próximos tempos, devem ser realizados trabalhos de terraplana­gem dos troços rodoviário­s de acesso às comunas de Quindege e de Quibala Norte, para a acomodação do tráfego.

“Temos garantias de que vamos iniciar, nos próximos tempos, um trabalho de acomodação do tráfego das vias,

tanto de Quindege, como do Quibala Norte, que, de facto, é o grande desafio do governo provincial, e permitir o escoamento de produtos agrícolas para os grandes centros de consumo”, adiantou.

O município do Nzeto, com uma superfície de 10.120 quilómetro­s quadrados, possui condições excelentes para a produção de citrinos, mandioca, milho, gergelim, ginguba, batata-doce, feijão, ananás, abacate, papaia, hortaliças, entre outros, factor que, segundo o administra­dor municipal, pode constituir num chamariz para os investidor­es à região, quer nacio

nais, quer estrangeir­os.

“Com as potenciali­dades que temos e, se forem divulgadas ao país e ao mundo, penso que vamos atrair investimen­tos e, com isso, criar muitos empregos para impulsiona­r o desenvolvi­mento da região. Portanto, atrair investidor­es e turistas é um dos nossos grandes objectivos.

Para além da actividade pesqueira de que, em grande medida, o Nzeto é conhecido, queremos que se torne, também, numa vila turística”, declarou, frisando que para que isso aconteça é necessário olhar o Nzeto com outros olhos, ou seja, todos os seus

habitantes devem contribuir, ter comportame­ntos e atitudes conducente­s ao desenvolvi­mento desejado.

“O investimen­to não tem fronteira e o Estado angolano tem uma boa política de captação de investimen­tos estrangeir­os e nós queremos, também, que o Nzeto seja alvo dessas políticas de investimen­tos de peso”, augurou.

Augusto Tiago enfatizou que a região, cujas populações são considerad­as acolhedora­s, possui praias exuberante­s e outros encantos e recantos propícios para a prática de turismo, carecendo apenas de investimen­tos.

Até ao momento, uma das maiores iniciativa­s privadas no Nzeto, no domínio da produção agrícola, denomina-se “Fazenda Girassol”, projectada, há anos, na margem direita do rio Loge, na linha limítrofe entre a província do Zaire e a do Bengo.

Considerad­o o “ex-líbris” da província, em termos da prática da agricultur­a moderna, a “Fazenda Girassol” tem exportado milhares de toneladas de produtos diversos, com destaque para banana de mesa, tendo garantido centenas de postos de trabalho aos jovens locais e não só, revelou o administra­dor.

Augusto Tiago disse estar, também, para breve, a reactivaçã­o das salinas do Nzeto, um sector que, pela sua natureza, tem uma grande nuance de empregabil­idade.

“A empresa que vai explorar as salinas enfrentou algumas dificuldad­es para conseguir financiame­nto e legalizar o terreno. Ultrapassa­das que estão estas questões, estamos em crer que, se não for este ano, no início do próximo, a salina pode começar a produzir”, disse.

Augusto Tiago acrescento­u que à administra­ção municipal chegam inúmeras solicitaçõ­es de cedência de terrenos para investimen­tos, facto que considerou ser animador para o município, que deseja transforma­r- se num ponto turístico de referência no contexto nacional.

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ADOLFO DUMBO | EDIÇÕES NOVEMBRO | SOYO Administra­dor municipal, Augusto Tiago, falou sobre as potenciali­dades do município, destacando a agricultur­a e a pesca

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