Ex-ministro e pastores alvo de mandados de prisão
A Polícia Federal brasileira realizou, ontem, uma operação para investigar a alegada prática de tráfico de influência e corrupção para a atribuição de recursos públicos no Ministério da Educação num caso que envolve um ex-ministro e pastores evangélicos.
Segundo informações dos 'media' brasileiros, o exministro da Educação Milton Ribeiro e os pastores evangélicos Gilmar Santos e Arilton Moura são alvo de mandados de prisão. De acordo com a Folha de São Paulo, Milton Ribeiro e Gilmar Santos - ambos estreitamente ligados ao Presidente Jair Bolsonaro - já foram efectivamente detidos.
Numa nota, sem identificar os alvos dos mandados, a Polícia Federal brasileira informa que a operação, denominada Acesso Pago está a ser realizada “com base em documentos, depoimentos e Relatório Final da Investigação Preliminar Sumária da Controladoria-geral da União, reunidos em inquérito policial, tendo sido identificados possíveis indícios de prática criminosa para a liberação das verbas públicas”.
A investigação começou depois de o jornal O Estado de S. Paulo ter divulgado, em Março, informações de que os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura estariam alegadamente a intermediar pedidos de presidentes de câmaras para atribuição de verbas públicas do Ministério da Educação em troca de subornos, com a anuência do ex-ministro.
As acusações contra os pastores evangélicos e membros do Governo brasileiro, que terão agido em conjunto para alegadamente favorecer igrejas, tornaram- se um escândalo no Brasil após a revelação de um áudio em que Milton Ribeiro, que também é pastor evangélico presbiteriano, assegurou que o orçamento público da pasta que comandava teria entre as suas prioridades promover projectos de igrejas evangélicas ligados ao Governo.
“A minha prioridade é atender, em primeiro lugar, os municípios que mais precisam e, em segundo lugar, atender a todos aqueles que são amigos do pastor Gilmar”, disse o Milton Ribeiro, segundo a gravação divulgada pelo jornal Folha de S.paulo.
O ex-ministro da Educação afirmou, na gravação, que a prioridade ao pastor “foi um pedido especial feito pelo Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro”, mas depois acabaria por desmentir esta declaração.