China critica alargamento de alianças militares
Líder chinês afirma que “história mostrou que o confronto entre blocos hegemónicos não traz paz nem segurança, mas apenas guerra e conflitos”
O Presidente chinês, Xi Jinping, criticou, ontem, o “alarg a mento d e a l i a n ç a s militares”, o factor responsável, segundo defendeu o governante, pela actual crise na Ucrânia.
O Chefe de Estado chinês falava na cerimónia de abertura do Fórum Empresarial das Grandes Economias emergentes BRICS, evento que teve l ugar antes da cimeira virtual do bloco (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) que decorre hoje a partir de Pequim.
Este grupo de economias emergentes representa mais de 40 por cento da população mundial e quase um quarto da riqueza produzida no planeta, sendo que três dos membros - China, Índia e África do Sul - abstiveramse de votar uma resolução da ONU a condenar a ofensiva militar russa na Ucrânia.
“A humanidade conheceu a devastação de duas guerras mundiais e a névoa escura do confronto da Guerra Fria”, disse Xi Jinping, segundo a agência de notícias Xinhua.
“Essa dolorosa história mostrou que o confronto entre blocos hegemónicos (...) não traz paz nem segurança, mas apenas guerra e conflitos”, sublinhou, adiantando que “a crise na Ucrânia é mais um alerta para o mundo”.
“A fé cega nas posições de força, o alargamento de alianças militares e a procura da própria segurança em detrimento da segurança de outros países conduzem inevitavelmente a um impasse de segurança”, defendeu Xi Jinping, numa aparente referência à OTAN e aos Estados Unidos.
Durante uma conversa t elefónica realizada na semana passada, o Presidente chinês assegurou ao homólogo russo, Vladimir Putin, que Pequim continuará a apoiar Moscovo em questões de “soberania e segurança”.
A posição foi criticada pelos Estados Unidos, que pediram à China para evitar colocarse “do lado errado da História”.
Na sequência do conflito na Ucrânia, dois países nórdicos historicamente neutros - Suécia e Finlândia - pediram a adesão à OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), tendo a Aliança Atlântica iniciado negociações para a sua concretização.
A cimeira dos BRICS acontece numa altura em que a China e a Rússia - que defendem abertamente a construção de uma nova ordem mundial - estão a t entar alargar o grupo, visando aumentar a sua influência política.