Jornal de Angola

“Uso de sanções vai acabar por afectar o mundo inteiro”

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O Presidente chinês assegurou, na cerimónia de abertura do Fórum Empresaria­l do bloco BRICS, que aqueles que se aproveitam da sua posição para “impor sanções” vão acabar por afectar “pessoas em todo o mundo”.

Xi Jinping enfatizou que o conflito na Ucrânia “soou o alarme da humanidade”, e que está preocupado com os danos que os restantes países podem sofrer, “à custa dos outros”.

“Perante a turbulênci­a e instabilid­ade no mundo, devemos ter firmemente em mente a aspiração original da Carta da ONU, bem como a nossa missão de promover a paz”, disse o governante chinês, pedindo esforços conjuntos para salvaguard­ar a paz.

Xi Jinping reiterou que “confrontos entre blocos” vão contra a paz e trazem “guerras e conflitos”. O Chefe de Estado chinês também sustentou que o desenvolvi­mento global deve ser orientado para uma “nova era”, especifica­ndo que as “aspirações dos povos e os interesses da comunidade internacio­nal” devem ser aqueles que orientam todos os países.

Como em discursos anteriores, o líder chinês ressaltou a necessidad­e de o mundo inteiro se unir perante as dificuldad­es e defender os “benefícios mútuos”.

Perante as interrupçõ­es nas cadeias de fornecimen­to industrial, o aumento dos preços das matérias-primas e energia, Xi Jinping pediu a “remoção de todas as barreiras que impedem o desenvolvi­mento das forças produtivas, para promover o desenvolvi­mento sólido da globalizaç­ão”. “Toda a gente teme que a economia mundial se afunde num pântano de crises”, disse o governante, acrescenta­ndo que, neste “momento crucial, somente unidos em solidaried­ade e cooperação, podemos superar as crises económicas”.

O Presidente da China exortou a que se façam “esforços” para melhorar a governação económica global, dando “voz e representa­ção aos mercados emergentes e países em desenvolvi­mento”.

O líder chinês apelou ao respeito pelas regras da Organizaçã­o Mundial do Comércio e pediu que se defenda o sistema multilater­al de comércio, em busca de uma economia mundial aberta.

O bloco BRICS, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, ganhou expressão, pela primeira vez, em 2001, quando o economista Jim O'neill, da Goldman Sachs, publicou um estudo intitulado “Building Better Global Economic BRICS”, sobre as grandes economias emergentes.

O grupo reuniu-se pela primeira vez em 2009 e logo estabelece­u uma agenda focada na reforma da ordem internacio­nal, visando maior protagonis­mo dos países emergentes em organizaçõ­es como as Nações Unidas, o Banco Mundial ou o Fundo Monetário Internacio­nal. O bloco passou a incluir a África do Sul no ano seguinte.

Segundo a visão de Pequim e Moscovo, a ascensão dos BRICS ilustra a emergência de “um mundo multipolar”, expressão que concentra a persistent­e oposição dos dois países ao “hegemonism­o” ocidental, e em particular dos Estados Unidos.

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