Jornal de Angola

Kabangu, Ngonda e Nimi a Simbi juntos na campanha da FNLA

- Bernardino Manje

Ngola Kabangu e Lucas Ngonda, antigos líderes desavindos na FNLA, decidiram unir-se em torno do novo líder, Nimi a Simbi, na campanha com vista às eleições gerais de 24 de Agosto.

Para provar que o compromiss­o é sério, os três políticos apareceram, na sexta-feira, na sede do partido, para gravarem spots que vão servir para a campanha eleitoral, com a qual pretendem ter um resultado melhor que o de 2017, quando o partido conseguiu eleger apenas um deputado, no caso o então líder, Lucas Ngonda.

O acto de sexta-feira tratou-se da primeira reaparição pública de Ngola Kabangu, que esteve ausente da cena política durante alguns anos, por questões de saúde.

Kabangu, 79 anos, liderou o partido desde a morte do fundador, Holden Roberto, em Agosto de 2007, até ao ano de 2010, quando Lucas Ngonda assumiu o cargo, na sequência de um congresso que o elegeu.

Tratou-se de um congresso bastante polémico não reconhecid­o pela ala próxima a Kabangu. Em função disso, a FNLA ficou dividida, situação que praticamen­te o colocou na letargia.

Em Setembro do ano passado, o partido realizou o último congresso, no qual Lucas Ngonda, na altura com 81 anos, pretendia ser reeleito. Contra a maioria das expectativ­as, Nimi a Simbi, muito próximo a Kabangu, foi o eleito.

O também professor universitá­rio elegeu como um dos desafios do seu mandato a unificação de todas as sensibilid­ades do partido. O reencontro entre Nimi a Simbi, Ngola Kabangu e Lucas Ngonda é só um exemplo do que se prometeu no congresso, disse, ontem, ao Jornal deangola, o secretário-geral da FNLA, Aguiar Laurindo. "O acto de sexta-feira foi apenas a consolidaç­ão das decisões saídas do último congresso", afirmou.

De resto, Aguiar Laurindo mostrou não estar surpreendi­do com a reunificaç­ão entre os antigos dirigentes do partido. "Quer o irmão Lucas Ngonda, quer o irmão Ngola Kabangu, são membros da direcção do partido", razão pela qual devem trabalhar juntos.

O secretário- geral da FNLA acredita que, com essa reaproxima­ção, o partido parte mais forte para as próximas eleições, onde pode ter um resultado melhor que o do último pleito, quando se encontrava dividido.

A FNLA é uma das oito formações políticas que apresentou a candidatur­a às eleições de 24 de Agosto junto do Tribunal Constituci­onal. O líder do partido, Nimi a Simbi, é o candidato a Presidente da República, enquanto Benjamim da Silva, antigo chefe do grupo parlamenta­r, é o nº 2 da lista pelo círculo nacional.

Para preencher os dez primeiros lugares da lista por aquele círculo estão o professor universitá­rio João Roberto Soki, Aguiar Laurindo, Lino Massaqui Ucaca, Daniel Afonso, António Nvula, Diamvutu Bento, Gongo Pedro e Ngola Kabangu, naquele que seria o regresso a uma casa (Parlamento) que bem conhece.

Outras figuras de proa do partido também integram a lista pelo círculo nacional, como são os casos de Carlito Roberto, filho do fundador do partido, com o nº 27, Ferraz Neto (28), o porta-voz, Ndonda Nzinga (29), João da Silva Bengui Vindo (31), Laíz Eduardo (39) e Joveth de Sousa (45).

Na maior praça eleitoral, Luanda, a FNLA tem como candidatos a deputados Xavier Bunga, Alberto Luvunga, António Kinanga Pedro, Delfina das Neves Michel e Garcia José.

No Zaire, terra natal do fundador da FNLA e onde o partido tem alguma falange de apoio, são candidatos António Nginamau, António Makiese, Eduardo Kiala, Manuel Tandu e Daniel Kiampe.

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