CARTAS DOS LEITORES
O Ano Lectivo
O fim do Ano Lectivo deve ser motivo para preparar o outro, com a antecedência requerida até porque o próximo Ano Lectivo começa daqui a três meses, uma data não longínqua do ponto de vista da actualidade. Deixa-se, muitas vezes, para o fim determinadas práticas, em muitas escolas e até com alguns estudantes, facto que apenas contribui para o “afunilamento" dos procedimentos no fim ou início do ano. Muitas escolas estão hoje com sérios problemas porque não souberam, por exemplo, prepararem- se da melhor maneira para os exames que se avizinham e terão muitas dificuldades em preparar todo o expediente que deverá levar o pessoal de férias. Trata-se de um processo muito local na medida em que a forma como as escolas se (des)organizam depende muito das condições locais em que, obviamente, se sobressai o factor disciplina. Muitas vezes, certas práticas apenas deixaram de ser observadas em muitas escolas por falta de disciplina, pela “deixaandar" e a mentalidade baseada na ideia de que “não serei eu a organizar o que já encontrei desorganizado". Essa lógica destrutiva prejudica- nos a todos e nem vale a pena pensar-se o contrário porque acabamos todos, mas todos mesmo sem excepção por ser prejudicados. O teu filho pode até não receber a educação nas escolas públicas e daí gabar-se disso, mas feitas as contas quem é que ele ou ela vai encontrar na via como agente da Polícia Nacional, quem é que o vai atender nas instituições públicas? São estas entre muitas perguntas que nos devemos fazer antes de nos orgulharmos com alguma soberba sobre a alegada isenção a que estejamos nós e os nossos dependentes dos serviços dos organismos públicos, particularizando-se aqui o caso da Educação. Acho que o Ministério da Educação devia preparar um Conselho Consultivo em que convidaria também os representantes do Ensino Particular, a Associação dos Encarregados de Educação, sociólogos, filósofos e historiadores, entre outros especialistas, para discutirem os caminhos em que anda o nosso ensino. Precisamos de repensar o sector da Educação.
RITA SAMPAIO
CAZENGA