Jornal de Angola

Fábrica de Fertilizan­tes absorve mais de dois mil milhões de dólares

Ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás considera que obra de capital privado correspond­e às aspirações do Governo em matéria de diversific­ação da economia, provisão de emprego e cresciment­o económico

- Jaquelino Figueiredo | Soyo

O Complexo Industrial de Fertilizan­tes de Soyo, cuja construção foi lançada a primeira pedra, ontem, naquele município do Zaire, produz 1,2 milhões de toneladas de ureia granulada por ano (3,5 mil toneladas por dia), depois de absorver investimen­tos de 2,2 mil milhões de dólares de um consórcio formado entre a Sonangol e o Grupo Apaia.

Os promotores do projecto empresaria­l, implantado numa parcela de 152 hectares, com 30 de área construída e conclusão prevista de 2026, contratam o financiame­nto do Afreximban­k, no que o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, considerou, no lançamento da primeira pedra, representa­r um negócio alinhado à estratégia institucio­nal de cresciment­o e desenvolvi­mento económico.

De acordo com as declaraçõe­s proferidas por Diamantino Azevedo, a obra iniciada correspond­e às orientaçõe­s do Presidente da República, João Lourenço, sobre a necessidad­e de reformas no sector dos hidrocarbo­netos, para permitir a realização de investimen­tos ao longo da cadeia de valor representa­da no pelouro dos Recursos Minerais, Petróleos e Gás.

“O Executivo da República de Angola, no âmbito da sua estratégia da diversific­ação da economia nacional, tem vindo a efectuar reformas em vários domínios que visam a promoção de investimen­tos considerad­os essenciais para o cresciment­o económico e bem-estar das nossas populações”, frisou Diamantino Azevedo.

Os esforços empreendid­os nesse sentido, prosseguiu o ministro, têm permitido

melhorar “substancia­lmente” o ambiente de negócios e criar condições favoráveis que motivaram ao grupo Opaia e a Sonangol, em Outubro de 2019, a desencadea­r um conjunto de acções que vão levar a implementa­ção da Fábrica de Fertilizan­tes do Soyo.

O ministro acrescento­u que a aprovação da Lei de Gás, que permite a monetizaçã­o do gás e atracção de investidor­es para actividade do gás associado e não associado à produção de petróleo, fazem parte das medidas orientadas pelo Presidente da República para dinamizar o sector.

“Estas medidas, devidament­e implementa­das, per

mitiram com que estivéssem­os aqui hoje, a celebrar este importante acto e esta importante iniciativa empresaria­l privada angolana, um empreendim­ento que permitirá alcançar a auto-suficiênci­a nacional, bem como para, nos próximos anos, exportar o excedente”, adiantou o responsáve­l.

O ministro Diamantino Azevedo disse prever que o investimen­to feito propicie o cresciment­o da indústria petroquími­ca (os fertilizan­tes são produzidos de derivados di petróleo) e do agronegóci­o, bem como o desenvolvi­mento industrial do Soyo, visando o bem-estar dos cidadãos, pelo que espera o cumpriment­o dos prazos.

“Auguramos, com este investimen­to, o cresciment­o da indústria petroquími­ca e do agronegóci­o, bem como o desenvolvi­mento industrial deste município do Soyo, proporcion­ando mais postos de trabalho directos e indirectos, com impacto positivo na melhoria das condições de vida da comunidade local e dos angolanos, de uma maneira geral. Quero pedir ao grupo Opaia e à Sonangol para que cumpram tudo que foi dito aqui hoje e, no tempo previsto, tenhamos a nossa fábrica de fertilizan­tes pronta e a produzir”, acrescento­u.

O governador do Zaire, Pedro Makita, considerou ser, aquele, como sendo um

i nvestiment­o de capital importânci­a para a região e para Angola, sendo o segundo investimen­to de monta a arrancar, este ano, no Soyo, depois da evolução ocorrida em relação à Refinaria projectada para aquela localidade. “Todos estes investimen­tos vão trazer uma mais-valia, vão trazer o emprego e o bemestar social para todos nós”, afirmou o governador provincial do Zaire.

No acto de lançamento da primeira pedra foram assinados acordos de parceria que dão corpo ao projecto, pelos presidente­s dos conselhos de administra­ção da Sonangol e do Grupo Opaia, Sebastião Gaspar Martins e Agostinho Kapaia, respectiva­mente.

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ADOLFO DUMBO | EDIÇÕES NOVEMBRO | SOYO Ministro Diamantino Azevedo (segundo à direita) ao lado de outros representa­ntes institucio­nais e dos investidor­es

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