Ministra de Estado pede esforços para sustentabilidade da Economia Azul
A ministra de Estado para a
Área Social, Carolina Cerqueira, apelou ontem, em Lisboa (Portugal), para a criação de sinergias e soluções de modo a responder aos desafios em torno da Economia Circular para uma Economia Azul Sustentável.
Segundo a Angop, com base em dados das Nações Unidas, anualmente, a economia marinha tem uma receita estimada
de 3 a 6,8 mil milhões de dólares, incluindo emprego, serviços ecossistémicos fornecidos pelo oceano e serviços culturais.
Discursando no Fórum sobre a Economia Azul Sustentável, no âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, afirmou que não se pode perder de vista e deixar de ter em conta as circunstâncias, vulnerabilidades específicas e particulares, sendo fundamental o acesso legal ao financiamento, à tecnologia e ao reforço de capacidades para os países em desenvolvimento, especialmente os pequenos Estados insulares, os países
em desenvolvimento e os menos desenvolvidos.
“Ganharemos todos com os investimentos multissectoriais e integrados resultantes do uso dos oceanos e implementação de um quadro estratégico que melhor utilize e proteja o mar e os oceanos”, sublinhou, considerando necessário mais financiamento para os países em desenvolvimento por forma a promover a sustentabilidade, bem como o lançamento global de uma nova revolução ligada à economia circular e azul.
Carolina Cerqueira frisou que a economia do mar sustentável ou simplesmente economia azul, inspirada pelos princípios da economia circular, visa, essencialmente, a promoção de actividades de exploração, preservação e regeneração do meio e dos recursos oceânicos, costeiros e áreas afins.
Para a ministra, deve-se fazer a apreciação da economia circular e azul numa perspectiva global das acções e dos esforços que têm sido desenvolvidos para a transformação do desenvolvimento económico mundial, por via da economia circular e da economia azul.
“O oceano é fonte de vida do nosso planeta e compreende um conjunto de recursos vitais para uma economia global próspera, porque alberga muitos ecossistemas complexos, que enfrentam ameaças significativas resultantes das acções e princípios que orientam a economia linear. É evidente que o oceano desempenha papéis fundamentais para a humanidade, seja como fonte de alimentos, via de transporte, recursos energéticos, lazer, regulação climática, captura de carbono e biodiversidade”, apontou.
Disse que o grande desafio da humanidade está ancorado na necessidade urgente e permanente da protecção e conservação ambiental do planeta e dos ecossistemas, bem como a utilização e gestão sustentável dos recursos com base nos princípios de equidade, de inclusão social, de eficiência energética e de desenvolvimento com baixa emissão de carbono.
Carolina Cerqueira destacou a estratégia do mar, recentemente aprovada, como um dos principais instrumentos de promoção da sustentabilidade dos oceanos, mar e águas de interior, assim como o papel do sector das Pescas no processo de exploração sustentável da riqueza oceânica de Angola.
Adiantou que face à crise financeira que tem caracterizado as últimas décadas, com repercussões nos países em desenvolvimento, em particular, nos menos desenvolvidos e nos pequenos Estados-insulares, todos devem participar na recuperação económica, diversificando a produção, criando empregos inclusivos e proporcionando investimentos sustentáveis e resilientes para não se retroceder e atingir os objectivos de desenvolvimento 2030.