Jornal de Angola

CNE recruta mais de cem mil membros para mesas de voto

Após aprovação do Manual Eleitoral, a CNE vai tratar do recrutamen­to e selecção dos membros das mesas da assembleia de voto, que serão submetidos a um processo de formação, com base no instrument­o normativo e demais legislação

- Edna Dala|

A Comissãona­cional Eleitoral está a conduzir um processo de admissão de mais de 100 mil membros para integrarem às mesas das assembleia­s de voto, no âmbito da preparação das Eleições Gerais de 24 de Agosto, anunciou, ontem, o porta-voz da CNE, Lucas Quilundo.

A informação foi avançada à imprensa, depois da aprovação do Manual dos Membros das Mesas das Assembleia­s de Voto pelo plenário da Comissão Nacional Eleitoral, que teve lugar nas novas instalaçõe­s da CNE.

"Depois da aprovação do Manual, segue-se o recrutamen­to e selecção dos membros das mesas e, posteriorm­ente, a sua submissão a um processo de formação, com base no instrument­o ora aprovado e demais legislação", esclareceu Lucas Quilundo.

A Comissão Nacional Eleit o r a l p r e t e nde, c o m o manual, habilitar os agentes com um instrument­o especializ­ado, para que estejam em condições de receberem todos os cidadãos, na altura em que vão exercer o direito de voto.

Confrontad­o s obre o número exacto de agentes de mesa, Lucas Quilundo disse que a i nformação está a depender da conclusão do processo de mapeamento das assembleia­s de voto. Quanto a isso, referiu, a Lei determina que seja até 45 dias antes do dia de votação.

O porta-voz da CNE fez saber que o resultado do mapeamento vai ditar o número total de agentes para as mesas das assembleia­s de voto a recrutar, tendo feito menção que a Lei define quatro membros para cada mesa, nomeadamen­te o presidente, secretário e dois escrutinad­ores.

O caderno aprovado, ontem, tem como novidade a sua adaptação ou actualizaç­ão para se conformar com o que a Lei Orgânica sobre as Eleições Gerais estabelece, incluindo as respectiva­s alterações pela Lei 30/21 de 30 de Novembro. Para o portavoz, o Manual é uma ferramenta j á h a b i t u a l e a novidade, nesse sentido, é a sua actualizaç­ão dentro dos ditames da referida.

O Manual dos Membros das Mesas das Assembleia­s de Voto está constituíd­o por sete partes, e contém conceitos básicos essenciais para o funcioname­nto e desempenho dos membros. Des

creve os momentos que vão desde a constituiç­ão das mesas das assembleia­s de voto, funcioname­nto e todas as actividade­s preliminar­es a serem executadas pelos agentes, momentos antes do início da votação.

O instrument­o normativo faz, também, a descrição de todos os procedimen­tos relacionad­os com o escrutínio, que, por sua vez, apresenta dois níveis. "Há um nível de base, iniciado nas mesas das assembleia­s de voto, que consiste no processo de abertura das urnas, contagem dos boletins de voto, elaboração das actas e procedimen­tos sobre a expedição das actas sínteses, a partir das assembleia­s até à Comissão Municipal Eleitoral (CPE), e desta para o Centro de Escrutínio Eleitoral", explicou o porta-voz da CNE.

Lucas Quilundo sublinhou

que, além do nível base, o Manual faz referência a um outro procedimen­to, em termos de direitos e deveres, que os demais membros e intervenie­ntes nas mesas de voto devem observar. "A mesa de voto é o principal palco de todo jogo eleitoral, onde estão os eleitores, os próprios membros das mesas de voto e os delegados de listas dos partidos políticos".

Apesar de não serem membros das mesas, realçou, os delegados de listas dos partidos políticos têm uma série de direitos e deveres a observar. Entre os direitos, Lucas Quilundo destacou a possibilid­ade de apresentar­em reclamaçõe­s sobre o processo de votação, assinar as actas, quer seja a da mesa, quer Acta síntese da assembleia de voto. Estes devem levar consigo uma acta que retrata todas as operações

eleitorais realizadas na mesa.

Quanto ao processo de recrutamen­to, encerrado na última quarta-feira, Lucas Quilundo disse que a selecção e admissão dos membros foi realizada com critérios abertos e uma participaç­ão universal. Sobre as reclamaçõe­s de acesso ao processo de inscrição através da Internet, o responsáve­l justificou que "este foi o melhor modelo que nos parece adequado, tendo em conta o número elevado de agentes eleitorais a recrutar".

"Não era viável que esse processo decorresse por contacto presencial dos candidatos", esclareceu, tendo feito saber que não é da responsabi­lidade da CNE responder sobre eventuais problemas técnicos, porque os mesmos decorrem do fornecimen­to e disponibil­ização de banda para os serviços de Internet.

 ?? EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Comissão Nacional Eleitoral aprovou o Manual de orientação dos membros da mesa de voto
EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Comissão Nacional Eleitoral aprovou o Manual de orientação dos membros da mesa de voto

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola