União Africana lamenta perda de vidas humanas
O presidente da Comissão da União Africana ( UA), Moussa Faki Mahamat , manifestou, ontem, preocupação com a “escalada da tensão militar” entre a Etiópia e o Sudão e exortou estes países a absterem- se de qualquer nova operação militar, noticiou a Lusa.
Car t u m a c u s o u , n a segunda-feira, o Exército etíope de executar sete soldados sudaneses e um civil feito prisioneiro em território sudanês, na disputada zona fronteiriça de Al-fashaga.
O Governo e o Exército etíope negaram, acusando soldados sudaneses de entrarem em território etíope e provocar um confronto com as milícias locais que resultou em baixas de ambos os lados.
Moussa Faki Mahamat “segue com profunda preocupação a escalada da tensão militar entre a República Federal Democrática da Etiópia e a República do Sudão e lamenta profundamente a perda de vidas humanas na sua fronteira comum”, disse a UA num comunicado.
O dirigente chadiano da Comissão da UA “apela aos
dois países para que se abstenham de qualquer acção militar de qualquer fonte e apela ao diálogo para resolver qualquer disputa”.
Os confrontos, por vezes fatais, ocorrem regularmente na zona fronteiriça de AlFashaga. Intensificaram-se em 2020 com a guerra entre o Governo federal etíope e as autoridades regionais de Tigray, uma região vizinha do Sudão. O tom subiu desde segunda-feira entre Cartum e Addis Abeba que nunca chegaram a acordo sobre a delimitação da fronteira e que também se opõem há mais de 10 anos sobre a Grande Barragem do Renascimento (RDA), construída pela Etiópia no Nilo, a montante do Sudão e do Egipto.
Apesar dos desmentidos da Etiópia, o Sudão chamou o seu embaixador em Addis Abeba na segunda-feira à noite e convocou o embaixador etíope.
O Exército sudanês, que está no poder no Sudão desde um golpe de Estado em Outubro de 2021, advertiu que este “acto pérfido não passará”.
Na segunda-feira, o chefe do Exército e homem forte do Sudão, general Abdel Fattah al-burhane, foi a AlFashaga e exortou os seus soldados “a impedir qualquer outro movimento ou violação do solo sudanês ou dos seus nacionais”.
Por seu lado, o Exército etíope disse na terça-feira que estava pronto para expulsar os militares sudaneses de terras etíopes “confiscadas à força”.