Sondagem confirma divisão dos escoceses
Os eleitores escoceses continuam divididos quanto à independência do país, com os favoráveis à separação do Reino Unido ligeiramente em desvantagem, refere uma sondagem divulgada ontem, dois dias após o anúncio de um referendo sobre a questão em 2023.
“Se um referendo fosse realizado amanhã, 44 por cento dos escoceses dizem que votariam sim, enquanto 46 por cento dizem que votariam não, deixando 10 por cento indecisos”, anunciou a empresa Savanta Comres, que realizou a sondagem para o jornal The Scotsman.
Descontados os indecisos, as intenções de voto global resultam em 51 por cento para o não e 49 para o sim, indicou.
O director de investigação política da Savanta Comres, Chris Hopkins, afirmou que a última sondagem “apenas serve para destacar a divisão dentro da Escócia”.
Na terça-feira, a PrimeiraMinistra escocesa, Nicola Sturgeon, reafirmou a determinação em realizar um novo referendo sobre a independência, apontando a data de 19 de Outubro de 2023.
Para organizar a consulta, a líder do Partido Nacional Escocês (SNP) precisa do acordo do Governo britânico, que se opõe fortemente, porque os escoceses já foram consultados sobre o assunto em 2014 e 55 por cento votaram a favor de permanecerem no Reino Unido.
No entanto, o SNP acredita que o “Brexit” mudou a situação porque 62 por cento dos escoceses votaram contra a saída da União Europeia (UE) em 2016. Desde então o SNP tem vencido todas as eleições regionais e legislativas na província e o objectivo do partido é que a Escócia adira à UE como um Estado independente.
Sturgeon pediu ao Tribunal Supremo que determinasse s e o Parlamento escocês tem o poder de legislar para realizar o referendo sem o acordo do Governo do Reino Unido.
Se perder o processo judicial, o SNP pretende utilizar as próximas eleições gerais, previstas para 2024, como “referendo de facto”, quando o seu partido fará campanha sobre uma única questão: “Deverá a Escócia tornarse um país independente?”