Comissão de gestão ameaça desistir do próximo Girabola
A equipa do Cuando Cubango
FC pode anunciar, a qualquer momento, a desistência da disputa da próxima edição do Girabola, por falta de um patrocinador oficial para suportar todas as despesas com salários, prémios de jogo, deslocações, alojamento e alimentação.
O presidente da Comissão de Gestão, Carlos Jonas, disse que para a época futebolística, que arranca no dia 27 de Agosto, o clube não conseguiu até ao momento qualquer apoio financeiro. O dirigente explicou que as dificuldades já se arrastam desde Maio do ano passado, e caso a situação se mantenha até ao início da época, a direcção do clube pode anunciar o abandono do campeonato e depois suportar as sanções a serem aplicadas, certamente, pela Federação Angolana de Futebol (FAF).
Acrescentou que, na época finda, o clube sobreviveu graças ao apoio do Presidente da República, João Lourenço, que mobilizou a Casa Militar para cust ear t odos os encargos financeiros, para que a equipa pudesse competir até ao final da época.
O dirigente revelou que a "abertura das oficinas, programada para 13 de Julho próximo, está condicionada por falta de verbas, o que dificulta também a contratação de novos jogadores e a permanência de muitos, pois o clube já perdeu 11 dos 35 atletas do plantel, o treinador de guardaredes e o médico.
Carlos Jonas disse que para o clube competir, sem sobressaltos nesta época, precisa de cerca de 500 milhões de kwanzas. O valor, além do arrendamento do estádio dos Eucaliptos, no Cuito, é também destinado a salário de jogadores, direcção, treinadores, alojamento, alimentação, viagens a outras províncias, prémios de jogo e material desportivo, entre outros.
Inúmeras dívidas
Carlos Jonas falou das inúmeras dívidas com os fornecedores e, caso não as liquide atempadamente, podem condicionar, também, a continuidade da equipa na competição que se avizinha. Revelou, ainda, que entre a 11ª e a 23ª jornada do Girabola 2021/22, por incumprimento contratual, o clube contraiu uma dívida superior a 48 milhões de kwanzas e, até ao momento, a direcção ainda trabalha para avaliar o débito global com os fornecedores.
O dirigente acredita que as dívidas com salários e prémios de jogos serão saldadas, a curto prazo, tendo em conta que o clube não deve desistir do Girabola e descer de divisão por falta de dinheiro, depois de uma boa prestação na época finda, na qual conseguiu o 10º lugar.
Apesar das garantias dadas pela Casa Militar do PR de liquidar todas as dívidas, a Comissão de Gestão está de mãos atadas, porque, caso os acordos assinados com os fornecedores não sejam honrados nos prazos estipulados, o clube pode ser sancionado pela FAF.
Gastos avultados
Carlos Jonas explicou que a equipa para jogar em casa (Bié), gasta com alimentação, transporte e testes da Covid-19, no mínimo, 4.650.000 de kwanzas, e na condição de visitante os custos rondam entre os 4.800.000 e 8.000.000, principalmente nas deslocações para as províncias de Cabinda, Moxico e Lundas Norte e Sul.
Exemplificou que, que se a equipa fizer cinco jogos por mês, mais o valor global dos salários, os custos mensais podem atingir mais de 42 milhões de kwanzas, além dos gastos com a alimentação (300 a 500 mil semanais).